Primeiro ministro de Moçambique busca investimentos na Alemanha
1 de junho de 2011A visita do Primeiro ministro de Moçambique tinha por objetivo atrair investimentos privados para o país africano. A agenda de Aires Ali incluiu uma palestra a um público de cerca de cem empresários do estado alemão da Baviera, no sul da Alemanha, para falar sobre as oportunidades de investimentos e o ambiente de negócios em Moçambique.
O Primeiro ministro apontou as áreas de maior interesse: "Existem oportunidades na área de infraestruturas, o país está a fazer um esforço no que se refere a portos, caminhos de ferro, e também de recursos naturais existentes", disse. Aires Ali também incluiu a área de energia - limpa e renovável - e manifestou abertura do seu governo para investimentos em todas as áreas.
Retornos completos para os dois lados: o económico e o social
Para o Primeiro ministro, os possíveis novos investimentos empresariais trariam benefícios amplos no âmbito da economia moçambicana e teriam também um papel social. A criação de empregos para os nacionais foi um dos exemplos dados por ele, alertando que todo o investimento tem de ter esse fator como preocupação.
Aires Ali também ambiciona benefícios noutra perspectiva: “Queremos investimentos que ajudem a aumentar a riqueza do país; termos mais riquezas que nos ajudem a investir nas áreas sociais, de saúde e educação, a partir da riqueza criada no nosso próprio país", afirmou.
Atualmente, o G19, o grupo de países e parceiros internacionais, garante cerca da metade do orçamento do estado Moçambicano. Aires Ali destacou a importância da presença alemã entre os doadores: “É um dos países que mais contribuições dão a Moçambique ao nível da Europa, há já vários anos, em algumas áreas, como a social, da saúde e educação.”
Alargamento de relações
O chefe do Executivo moçambicano citou, a título de exemplo, alguns resultados dessa cooperação, como o comum acordo entre os dois governos de escolherem algumas zonas onde a Alemanha está mais concentrada, como Inhambane (sul) e Sofala (centro).
De acordo o Primeiro ministro, nessas províncias foram feitos investimentos muito bons, como o programa com o KFW, o Banco Alemão de Desenvolvimento – uma instituição de apoio ao microcrédito. Mas Aires Ali espera mais da cooperação com os alemães: “Gostaria que essa boa relação, que se mantém ao nível do governo, fosse aprofundada ao nível empresarial.”
Só em 2010, o KFW desembolsou mais de 60 milhões de euros para financiar projetos em Moçambique. De acordo com Aires Ali, com as parcerias privadas que pretende atrair com a visita a Munique, o país africano quer diminuir a dependência das doações. “Em vez de estarmos a receber o apoio significativo em milhões de euros do governo de alemão, que pudéssemos receber isso através do investimento do setor privado”, sugeriu.
Na passagem pela Baviera, o Primeiro ministro moçambicano visitou ainda universidades e empresas, teve encontros com políticos e empresários, além de moçambicanos residentes na região.
Autora: Cris Vieira
Revisão: Nádia Issufo/Renate Krieger