Professores grevistas denunciam intimidações no Bengo
12 de fevereiro de 2022Segundo os grevistas, as intimidações têm a ver com convocatórias para participar em reuniões da instituição - em pleno período de greve. Asbel Quitunga, coordenador do sindicato na Escola Superior Pedagógica do Bengo, explicou à DW que enquanto durar greve, deveriam estar suspensas as relações jurídico-laborais.
"Nós estamos em greve desde o dia 3 de janeiro de 2022, por tempo indeterminado, uma greve legal e legítima. Portanto, enquanto durar a greve estão suspensas as nossas relações jurídico-laborais, deste modo, os professores que aderiram a ela não estão sujeitos ao dever de obediência, nem a participar em reuniões de trabalho ou a participar nas instalações da ESP".
Intimidação
O líder sindical avança que os professores estão a ser convocados para reuniões, e que isto é uma forma de intimidação.
"O comportamento da direção da Escola Superior Pedagógica do Bengo ESP se configura como ato de coação, prevista e punível pela Lei da greve"
Segundo o diretor-geral da Escola Superior Pedagógica do Bengo, Isaías Simão, há um mau entendido, uma vez que foram convocados apenas os professores que ocupam cargos de direção, já que estes não podem aderir à greve.
"Entre os membros do conselho de direção, muitos também são professores, mas não estão nesta condição. Porém, sim, como membros do conselho de direção. Aí está a confusão porque estes atores têm dupla função".
Ministério
Recentemente, o ministério de tutela veiculou um comunicado manifestando preocupação com a falta de consensos para o fim da greve.
No entanto, a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria Bragança, avanço que "tudo o que o ministério tem feito, no diálogo que tem mantido com o sindicato, expressa a disponibilidade do ministério em continuar a dialogar".
Entre outros aspetos, os professores reclamam aumento salarial, reposição de subsídios e melhorias das infraestruturas escolares.