Projetos de desminagem: o contributo dos peritos alemães
Equipas de desminagem e de reabilitação das vítimas, compostas ou lideradas por peritos alemães, trabalham em países como o Camboja, o Afeganistão ou a Bósnia Herzegovina - mas também em Angola e Moçambique - para ajudar a resolver um problema que as Nações Unidas continuam a encarar como um dos mais graves e impeditivos ao desenvolvimento das regiões afetadas.
No Camboja, o ministério alemão dos negócios estrangeiros apoia um projeto de desminagem liderado pelo ex-soldado alemão Peter Willers. A equipa que Peter Willers lidera no Camboja é composta por 330 colaboradores, cuja tarefa não é nada fácil: só na província de Siem Reap estima-se que se encontrem enterrados nos solos mais de 20 mil projéteis não detonados e cerca de 4 mil minas anti pessoais. Os terrenos desminados são entregues aos lavradores que assim conseguem recuparar a sua capacidade de autosubsistência.
Na Bósnia-Herzegovina trabalha o técnico de ortopedia alemão, Christian Schlierf. Foi em 2001 que Schlierf veio trabalhar para este que é um dos paises do mundo com mais minas enterradas no seu solo. A tarefa principal de Schlierf é a aplicação de próteses às vitimas das minas. Os peritos afirmam que os trabalhos terão que continuar até 2020.
No Afeganistão, mais de mil peritos, muitos deles alemães, trabalham em projetos de desminagem cofinanciados pelo governo alemão e levados a cabo em cooperação com a organização Médico International.
Durante décadas empresas alemãs fizeram bons negócios com a produção e venda de minas terrestres. Em 1998 a Alemanha ratificou a Convenção de Ottawa sobre a proibição da produção, utilização e armazenamento de minas terrestres antipessoais. A Convenção de Ottawa já foi aceite por 160 Estados, mas algumas das maiores potências militares - com destaque para a China, a Rússia e os Estados Unidos - ainda não aderiram a ela.
Autor: Dennis Stute / António Cascais
Edição: António Rocha