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Projetos de exploração ameaçam Parque de Bazaruto

9 de agosto de 2019

Operadores turísticos e residentes pedem interrupção de exploração de areias pesadas, gás e petróleo, em prol da proteção do Parque de Bazaruto. Governo diz que ainda não emitiu qualquer autorização de exploração.

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Fábrica da SasolFoto: DW/L. da Conceição

População e operadores turísticos no norte da província de Inhambane reclamam da destruição do ecossistema marinho, supostamente protagonizada pela multinacional sul-africana Sasol.

Mosambik l Yassin Amugy, Präsident des Tourismusverbandes in Vilankulo
Yassine Amugy, presidente da Associação de Turismo de VilankuloFoto: DW/L.Conceição

Yassine Amugy, presidente da Associação de Turismo de Vilankulo, afirma haver mortes de golfinhos desde 2008, quando a empresa começou pesquisas de exploração de petróleo, alegadamente, sem autorização do Estado.

"Em outubro, tivemos 22 golfinhos [mortos]. Este processo de perder animais [cresce] por ambição nossa", diz.

Impacto ambiental e violação da lei

Pouco mais de dez anos depois, durante as auscultações públicas no início de julho deste ano, o projeto apresentado pela Sasol foi chumbado pelos participantes, que apontaram impactos negativos para o futuro do meio ambiente.

Por isso, Yassine Amugy apela às autoridades para que não aprovem o projeto e diz que as mensagens pela preservação do ecossistema já foram dadas.

Entretanto, segundo Amugy, a Ilha de São Sebastião, no Parque Nacional de Bazaruto, já foi entregue a uma empresa chinesa para a exploração de areias pesadas. O Centro de Integridade Pública (CIP) de Moçambique prometeu juntar-se à população para defender a região.

Projetos de exploração ameaçam Parque de Bazaruto

Enquanto isso, Nelson Alfredo, porta-voz do Centro Terra Viva, vocacionado na proteção do meio ambiente, diz que as empresas e o Governo estão a violar a lei, o que no futuro poderá resultar na devastação do ecossistema.

"É proibido a realização de pesquisas nas zonas de conservação, viola a legislação moçambicana. Se avançar um projeto desta natureza, as consequências serão devastadoras", alerta.

Licenças não foram concedidas

No entanto, de acordo com o governo, nenhuma empresa recebeu licença para a exploração de petróleo e areias pesadas no Parque Nacional de Bazaruto.

Salomão Mujoi, diretor provincial dos Recursos Minerais e Energia em Inhambane, afirma que, só depois que as empresas receberem as licenças é que irão avançar com o estudo do impacto ambiental para obter o direito à exploração. "Primeiro será feita a identificação das medidas de mitigação para, depois, avançar para fase da exploração", explica.

A DW África tentou ouvir a Sasol sobre as acusações, mas a empresa não quis prestar esclarecimentos.