Protestos da RENAMO em Chimoio terminam em violência
16 de outubro de 2018Segundo a Comissão Distrital de Eleições da cidade de Chimoio, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) saiu vitoriosa das eleições da passada quarta-feira (10.10), com 51% dos votos, contra os 43% da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO). O Movimetno Democrático de Moçambique (MDM) obteve apenas 6%.
Mas a RENAMO não aceita estes resultados porque considera que há demasiadas irregularidades. "Também reclamamos relativamente à percentagem que foi erradamente calculada e não concordamos com estes resultados", diz Manuel Macocove, o cabeça de lista do partido na cidade de Chimoio, que defende a anulação das eleições nas mesas onde há problemas.
Contactado pela DW África, o presidente da Comissão Distrital de Eleições da cidade, Pedro Manhepero, recusou gravar entrevista, mas afirmou que recebeu a reclamação da RENAMO e garantiu que ainda esta terça-feira (16.10) deverá responder às questões levantadas pelo partido.
Delegados e jornalistas espancados
No fim-de-semana, a cidade de Chimoio foi palco de violência na sequência de um protesto de membros e simpatizantes da RENAMO junto à delegação do partido, onde se manifestaram contra os resultados que estavam a ser anunciados pelos órgãos eleitorais à escala nacional.
Dois delegados da RENAMO, Manuel Zindoga e Sofrimento Matequenha, foram espancados durante a manifestação do principal partido da oposição, bem como jornalistas que se encontravam no local.
Saulo Dimas, repórter de imagem da televisão Miramar, foi uma das vítimas dos confrontos. "É preocupante. Afinal de contas, nós jornalistas somos inimigos ou somos amigos? Ou somos queridos algum tempo e outro tempo já não somos queridos?", lamenta.
"Tenho problemas numa vista causados pelas agressões e também no membro superior direito, que consegui graças à agressão dos membros da RENAMO", contou ainda o repórter.
O MISA-Moçambique, Instituto de Comunicação Social da África Austral, classifica o sucedido como um atentado grave à liberdade de imprensa e apela às instituições da justiça para identificarem os autores da agressão e responsabilizá-los criminalmente.