Putin afirma que riscos de guerra nuclear estão a aumentar
7 de dezembro de 2022O Presidente russo Vladimir Putin afirmou esta quarta-feira (07.12) que o risco de uma guerra nuclear está a aumentar, mas sublinhou que a Rússia não "enlouqueceu" e encara o seu arsenal nuclear como puramente defensivo.
"Temos os meios mais avançados e modernos do que qualquer outro país, isso é uma evidência. Mas não estamos prestes a correr o mundo a brandir esta arma como uma lâmina de barbear".
No entanto, Putin disse que a Rússia iria defender o seu território e os seus aliados "com todos os meios disponíveis", acrescentando que foi os Estados Unidos, e não a Rússia, que implantaram as chamadas armas nucleares "táticas" em outros países.
Moscovo só utilizaria armas nucleares em resposta a um ataque inimigo, acrescentou.
"Quando somos atacados, atacamos de volta", disse Vladimir Putin sublinhando que a estratégia do seu país se baseava na política do "chamado ataque de retaliação".
Mobilização de reservistas
O líder russo frisou ainda que o seu Exército pode lutar na Ucrânia por muito tempo, mas que não vê necessidade de mobilizar soldados adicionais neste momento.
"Quanto à duração da operação militar especial, bem, é claro, isso pode ser um longo processo”, afirmou.
Segundo Putin "não faz sentido" uma segunda ronda de mobilização neste momento, após a convocação de 300.000 reservistas em setembro e outubro.
Putin declarou que desse total, 150.000 foram mobilizados na Ucrânia. Desses, 77.000 estão em unidades de combate e os restantes a desenpenhar funções defensivas.
O presidente russo falava em uma sessão anual do Conselho de Direitos Humanos, em que reclamou que as organizações ocidentais de direitos humanos veem a Rússia como "um país de segunda classe que não tem o direito de existir".