Vladimir Putin cancela assalto à resistência em Mariupol
21 de abril de 2022"Considero inapropriado o assalto proposto à zona industrial. Ordeno-lhe que a cancele", disse Vladimir Putin ao ministro da Defesa, Serguei Shoigu, durante uma reunião governamental transmitida pela televisão pública russa.
"Bloqueie esta zona industrial para que nem uma mosca possa escapar", disse ainda o Presidente da Rússia, acrescentando que seria "impraticável" invadir a fábrica inteira.
Calcula-se que estejam atualmente cerca de dois mil ucranianos, entre civis e elementos do Batalhão Azov, na área industrial Azovstal, na cidade de Mariupol.
Na mesma transmissão, Putin afirmou que as forças de Moscovo controlavam agora plenamente o resto da cidade de Mariupol. "O trabalho final de libertar Mariupol foi um sucesso", disse. A Ucrânia ainda não se pronunciou sobre esta afirmação.
O ministro da Defesa já tinha dito anteriormente a Putin que mais de 2.000 combatentes ucranianos ainda estavam escondidos na fábrica e nos túneis e câmaras subterrâneas existentes.
Corpos de civis com sinais de tortura
Corpos de nove civis foram encontrados na quarta-feira (20.04), em Borodianka, perto da capital ucraniana, alguns mostrando "sinais de tortura", informou a polícia de Kiev.
"Estas pessoas foram mortas pelos ocupantes e algumas das vítimas mostram sinais de tortura", informou o chefe da polícia local, Andrey Nebytov.
Borodianka foi o cenário de "massacres de civis" durante o mês de março, quando as forças russas ocuparam a cidade lembra Kiev.
Ontem, quatro autocarros conseguiram sair do porto ucraniano de Mariupol com civis, através da abertura de um corredor humanitário, adiantou hoje a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Verechtchuk.
A retirada de civis deverá prosseguir esta quinta-feira, num momento em que a cidade parece estar prestes a ser tomada pelos russos após quase dois meses de cerco.
A ofensiva militar russa iniciada a 24 de fevereiro causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.