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Arranca julgamento sobre ameaça de morte a Manuel de Araújo

11 de dezembro de 2019

No banco dos réus está Nilsa Manuel, membro do partido no poder, FRELIMO, que em setembro de 2016 terá dito numa reunião da Assembleia Municipal que o edil de Quelimane "merecia" levar um tiro .

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Foto: DW/P. Henriksen

No julgamento que arrancou esta quarta-feira (11.12), várias testemunhas confirmaram em tribunal que a arguida Nilsa Manuel, atualmente membro da assembleia autárquica de Quelimane pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), afirmou publicamente, em 2016, que Manuel de Araújo "merecia" levar um tiro.

No entanto, Simões Domingos, o advogado de defesa da arguida, considera que as palavras usadas não foram uma ameaça de morte, e por isso exige a sua absolvição. "O Ministério Público ad hoc decidiu manter a acusação, e nós respeitamos muito, mas cabe ao tribunal decidir na 'hora H' se somos culpados ou não", disse.

Arranca julgamento sobre ameaça de morte a Manuel de Araújo

Segundo o Tribunal Judicial, a sentença deverá ser conhecida a 27 de dezembro, de forma a haver tempo suficiente para analisar os factos. Também a defesa de Manuel de Araújo disse que só se pronunciará por esta altura, após a leitura da sentença. 

Na sessão do tribunal, esta quarta-feira, a arguida Nilsa Manuel referiu que não se arrepende de qualquer afirmação. E no final, em declarações à DW África, afirmou que não se sente intimidada e que confia na Justiça: "Sinto-me bem. Vamos ver. No final, o tribunal é que vai deliberar. Estou segura".

Outros processos

Este não é o primeiro caso em tribunais envolvendo o edil Manuel de Araújo. No início do ano, membros do MDM e da FRELIMO apresentaram queixa contra Araújo, acusando-o de difamação e ofensa moral durante a tomada de posse como edil pela RENAMO, em fevereiro. Ainda não foi anunciada uma data para o julgamento.

O autarca, que concorreu este ano ao cargo de governador da província da Zambézia, denunciou em julho em entrevista à DW que tem sido alvo de intimidações e ameaças de morte de indivíduos desconhecidos desde maio de 2018. Estes casos também não foram esclarecidos até agora.

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