FRELIMO acusa edil de Quelimane de uso indevido de fundos
14 de março de 2018A bancada da FRELIMO na assembleia municipal de Quelimane, na província central da Zambézia, acusa o edil Manuel de Araújo de agir ilegalmente, ao usar dinheiro do município para reabilitar uma estrada fora da sua área de jurisdição, que pertence ao distrito de Nicoadala.
"Ele [Manuel de Araújo] deixa de construir as nossas estradas e vai tratar de assuntos de outros distritos", diz Rijone Bombino, chefe da bancada da FRELIMO, o partido no poder. "Não sabemos qual é o objetivo e a base legal. Isto é uma ilegalidade, um crime", acusa.
Para Bombino, Manuel de Araújo está a negligenciar Quelimane, "preocupado em fazer coisas para promoção da imagem pessoal e de forma enganosa".
Recolha de lixo também gera polémica
O chefe da bancada da FRELIMO em Quelimane criticou ainda o edil por emprestar à cidade de Nampula veículos de recolha de lixo, alegadamente para ajudar a limpar o muito lixo feito na altura da campanha para as eleições intercalares. O caso remonta a 12 de janeiro e, segundo Rijone Bombino "não houve aval da assembleia municipal para a saída" das viaturas de recolha de lixo.
"É uma ilegalidade proceder dessa maneira. Preocupou-se em levar os carros para Nampula deixando lixo em quantidade aqui", lamenta o líder da bancada, que fala novamente em negligência: "Ao invés de edil do município de Quelimane se preocupar com a vida do povo que o elegeu, preocupa-se com a vida do vizinho".
Manuel de Araújo rejeita críticas
Em resposta, o edil de Quelimane diz que alugou os carros do lixo e que não há nenhuma lei que o impeça. "Só se eu tivesse oferecido um bem, aí sim, a lei está clara, no caso de um bem deixar de pertencer ao município, aí sim", frisa.
Ao mesmo tempo, Manuel de Araújo confirma que usou dinheiro do município para fazer obras na estrada que liga Quelimane ao distrito de Nicoadala, administrado pela FRELIMO.
O edil sublinha que o fez para atender aos pedidos da população - porque a estrada está em péssimas condições - e critica a FRELIMO: "Eles não fazem e não deixam fazer. O nosso povo é que sofre".
Manuel de Araújo afirma que "a estrada não é do chefe da bancada da FRELIMO, nem do administrador de Nicoadala. A estrada é do povo de Quelimane e de Nicoadala". E conclui: "Os residentes daquela zona vieram pedir apoio. Se tivessem respeito em relação à administração de Nicoadala, teriam ido pedir a Nicoadala. Aquela estrada, quem usa são os munícipes de Quelimane".