Quelimane: Greve dos Trabalhadores do Conselho Municipal
13 de agosto de 2018A greve começou pelas primeiras horas desta segunda-feira (13.08). As portas dos departamentos ficaram encerradas para impedir qualquer expediente administrativo. Posteriormente, houve uma marcha que passou por algumas avenidas de Quelimane.
A paralisação terminou ao fim de três horas, na sequência de uma intervenção do edil Manuel Araújo. As duas instituições tuteladas pela edilidade, nomeadamente o Conselho Municipal e a empresa municipal de saneamento, retomaram os trabalhos.
Manuel de Araújo, diz que os descontos feitos pelos trabalhadores estão a ser canalizados normalmente para segurança social.
"Esta certidão foi feita no dia 6 de junho ao INSS, a pedir se temos dívidas e qual o valor. A resposta que nós temos é essa certidão da quitação, que é pública. Fizemos a mesma coisa com as finanças”.
Nas conversações entre o edil Manuel de Araújo e os trabalhadores ficou acordado que deve ser criada uma comissão de trabalho para averiguar a situação junto das instituições visadas de forma verificar se realmente a edilidade canalizou ou não os descontos dos trabalhadores para a segurança social.
Grevistas querem a verdade
O responsável dos trabalhadores, Arune Aramuge, continua a pedir a "verdade” e provas de que os descontos são, de facto, canalizados para a Segurança Social.
"Quando vamos para os serviços de finanças do município somos informados que o dinheiro já foi canalizado. Mas queremos que nos deem um justificativo uma prova para vermos que o dinheiro de fulano foi canalizado”, disse à DW África.
"Estamos a reivindicar o nosso dinheiro. Suponhamos que estou na reforma, se ficar em casa vou comer o quê, se o dinheiro que eu fui descontando não chegou lá? O meu nome consta mas o dinheiro não chegou lá ao INSS”, conta Tadeu Inácio Afonso, um dos trabalhadores grevistas.
Para um outro trabalhador, Zecas Ismael o que precipitou a greve foi a saída do Manuel De Araújo do MDM para a RENAMO, pois teme que, se ele não for reeleito pela RENAMO, o assunto volte a ficar esquecido.
"Ele está a sair, vai para um outro partido e se perder as eleições na RENAMO quem estará la para assumir essas responsabilidades?”, questiona-se.
Falta de descontos prolonga-se há vários anos
Arune Aramuge recorda que não é primeira vez que a greve tem lugar e que o problema se arrasta desde 2012. O responsável dos trabalhadores fala em informação diferente entre a que é dada pela edilidade e pelas instituições relevantes.
"Tivemos um encontro, a pedido dos funcionários, e o edil não concedeu. Mandou um representante. Disseram que estava tudo canalizado mas, afinal de contas, fomos às instituições e verificamos que não estavam canalizados estes valores. Durante a semana, toda preparamos esta greve para fazermos perceber ao mundo que estamos a ser prejudicados. Temos colegas que faleceram e as suas mulheres até hoje ainda não receberam as suas pensões”, contou Aramuge à DW África.