Quénia lança satélite de fabricação própria
12 de maio de 2018O Quênia lançou no espaço o seu primeiro satélite de fabricação própria, esta sexta-feira (11.05), desde o Centro Tsukuba, que pertence à Agência Espacial do Japão em Tóquio.
O nanossatélite, um cubo denominado 1KUNS-PF pesa 1,2 kg e mede dez centrímetros de comprimeiro e dez de altura, é capaz de fornecer observação terrestre limitada e transmissão de áudio.
O aparelho é obra de cientistas da Universidade de Nairobi, apoiados por especialistas da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA), entre outros.
A equipe esperava "fazer história" ao se aventurar na ciência espacial, disse o vice-chanceler da universidade, Peter Mbithi.
Utilidade do satélite
Espera-se que o 1KUNS-PF esteja em órbita em 18 meses a cerca de quatro mil quilômetros da Terra. O satélite será usado em setores como previsão meteorológica, vigilância da vida selvagem, elaboração de mapas de segurança alimentar e gestão de desastres naturais.
O nanossatélite "leva duas poderosas câmeras e microfones, que ajudarão a captar imagens e gravar sons antes de postá-los na internet", explicou o professor da Escola de Engenharia da Universidade de Nairobi, Mwangi Mbuthia.
A ministra queniana de Educação, Amina Mohamed, descreveu o lançamento do satélite, que custou cerca de 834 mil euros, como um dos mais "notáveis desenvolvimentos científicos do nosso tempo".
NA África subsaariana, apenas Gana, Nigéria e África do Sul contam com satélites em operação no espaço.
A 26 de dezembro de 2017, Angola lançou seu primeiro satélite no espaço construído por um consórcio estatal russo, o Angosat-1 foi lançado do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. No entanto, há controvérsias sobre se o Angosat-1 ainda existe ou se encontra-se ou não em órbita.
Futuro promissor
Se o vôo for bem sucedido, os cientistas da Universidade de Nairobi planejam desenvolver satélites maiores e de alta resolução "com sérios valores científicos e tecnológicos para o país", de acordo com uma declaração divulgada.
O Quênia agora espera lançar seu próprio programa espacial - ao custo de 500 mil a um milhão de dólares por ano -, segundo a universidade.
Os satélites comerciais têm um potencial económico considerável para o Quênia, incluindo mapeamento e uso do solo, previsão do tempo, mapeamento da segurança alimentar, gestão de desastres, monitoramento de fronteiras e da costa, manejo e monitoramento da vida selvagem.
Os cientistas quenianos já estão a colaborar com o Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior, a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) e a Universidade de Roma, na Itália, para impulsionar a inovação no Quênia.