Milhares de quenianos despedem-se do ex-Presidente Moi
9 de fevereiro de 2020Milhares de quenianos fizeram fila, este domingo (09.02), pelo segundo dia consecutivo para se despedirem do ex-Presidente Daniel arap Moi, o chefe de Estado mais antigo do Quénia que morreu na terça-feira, aos 95 anos.
O corpo do ex-chefe de Estado está em câmara ardente desde sábado (08.02) no Parlamento, onde permanecerá até esta segunda-feira (10.02).
Coberto pela bandeira queniana, o caixão com o corpo do antigo Presidente foi escoltado, no sábado, por motas da polícia militar até ao parlamento, onde cerca de 23.000 pessoas lhe prestaram homenagem, segundo uma fonte oficial.
Entre a multidão de quenianos que aguardava a sua chegada junto ao Parlamento, para prestar homenagem a "um respeitado ex-chefe de Estado", havia alguns que pretendiam testemunhar que o "homem que há muito temiam" tinha morrido, escreve a agência France-Presse.
Opiniões dividem-se
"Ele era um bom líder", disse Magdalene Njoki, uma vendedora que se deslocou com os dois filhos de Thia, a 50 quilómetros de Nairobi, para agradecer ao estadista que tinha instituído a distribuição gratuita de leite na escola quando era criança.
Justin Otello, que também estava na fila para ver o corpo do ex-Presidente, não tem a mesma memória: "Não acredito que o corpo ali sentado, imóvel, seja o do homem que aterrorizou todo o país".
Apesar de ter sido chamado de ditador pelos seus críticos, Moi contou com o forte apoio de muitos quenianos e foi visto como uma figura unificadora quando assumiu o poder, após a morte do primeiro presidente daquele país da África Oriental, Jomo Kenyatta, que esteve no cargo em 1978.
Daniel arap Moi será homenageado com um funeral de Estado, com honras civis e militares, na terça-feira no estádio nacional de Nyayo, em Nairobi, e o seu corpo será enterrado no dia seguinte em Kabarak, sua área de residência situada a cerca de 220 quilómetros a noroeste de Nairobi.