Sanções à Rússia estão a ter impacto em países terceiros
25 de maio de 2022A questão da guerra na Ucrânia esteve no topo das conversações que o líder social-democrata teve com os Presidentes do três países por si visitados.
No último dia do périplo, Scholz foi recebido em audiência pelo Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, com quem discutiu a posição neutral da África do Sul em relação à guerra na Ucrânia. A África do Sul, assim como muitos países africanos, recusaram-se a condenar as ações da Rússia na Ucrânia e insistem em apelos ao diálogo entre as partes.
Em conferência de imprensa conjunta com Olaf Scholz, Cyril Ramaphosa reiterou a posição tomada pelo seu país, porque segundo disse "(…) a nossa posição, no final, é o que acreditamos que será a verdadeira solução para o conflito que está a decorrer entre os dois países: engajamento, diálogo e negociação".
Olaf Scholz, que prometeu ajudar os países em África que também sofrem com a invasão russa da Ucrânia, disse reconhecer a posição da África do Sul, mas defende que esta é uma guerra global e inaceitável, que a Rússia está a mover contra a Ucrânia, por isso diz Scholz: "É necessário para a paz no mundo que esta guerra pare o mais depressa possível, e que haja uma hipótese de defender a integridade e soberania da Ucrânia e também de acabar com a guerra que salvará a vida de muitas pessoas que de outra forma morreriam", alertou.
O impacto das sanções económicas à Rússia
Em conferência de imprensa, o Presidente sul-africano alerta ainda o mundo para o impacto das sanções económicas impostas à Rússia.
"As sanções que foram impostas à Rússia vão ter e estão a ter um impacto global. Mesmo os países que não fazem parte do conflito também vão e estão a sofrer com estas sanções", frisa.
Ramaphosa defende ainda que o mundo hoje em dia está interdependente. "Como comunidade internacional, devemos trabalhar em uníssono para construir sociedades abertas, resilientes, equitativas, com direitos humanos para todos. A pandemia da Covid-19 e, agora, o conflito na Ucrânia demonstraram que os países do mundo estão cada vez mais interligados e interdependentes", frisou.
Os dois estadistas também passaram em revista a intenção da África do Sul de reduzir a sua dependência das centrais elétricas alimentadas a carvão.
Alemanha quer ajudar na transição energética
A Alemanha está entre os países que prometeram até 8,5 mil milhões de dólares na conferência sobre alterações climáticas COP26, no ano passado para ajudar a África do Sul a reduzir a sua dependência do carvão para gerar eletricidade.
Até à data, não houve qualquer anúncio de pagamentos efetivos desses fundos à África do Sul. Mas o estadista sul-africano, mantém a esperança. "Estamos muito animados por ouvir que a Alemanha vai querer cooperar com países como o nosso a esse respeito", afirmou.
A África do Sul está atualmente a sofrer cortes de energia em todo o país porque as suas centrais elétricas alimentadas a carvão não são capazes de gerar quantidades adequadas de eletricidade. Por outro lado, as restrições impostas contra a Rússia pela invasão à Ucrânia reduziram a disponibilidade do acesso ao carvão.
Olaf Scholz, que é um crítico da invasão russa, diz que este é um problema fácil de resolver. "Há muitos fornecedores em todo o mundo que estão prontos para vender o seu carvão aos países que o adquirem tão longe da Rússia", concluiu.