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Direito e JustiçaRepública Centro-Africana

RCA: François Bozizé condenado à revelia a prisão perpétua

Lusa
22 de setembro de 2023

O ex-Presidente centro-africano François Bozizé, atual líder exilado da principal coligação rebelde, foi condenado a prisão perpétua com trabalhos forçados por um tribunal do país, por "conspiração" e "rebelião".

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Antigo Presidente da República Centro-Africana, François Bozizé
Foto: Florent Vergenes/AFP

François Bozizé, que tomou o poder em 2003 através de um golpe de Estado e foi derrubado dez anos mais tarde por rebeldes, foi condenado à revelia, juntamente com dois dos seus filhos e outros vinte cúmplices, incluindo destacados líderes rebeldes.

Todos foram igualmente condenados por "atentado à segurança interna do Estado" e "homicídio", segundo a sentença lida pelo primeiro Presidente do Tribunal de Recurso de Bangui, Joachim Pessire, que julga os processos penais em primeira instância.

A sentença não especifica os crimes nem o período em causa. Bozizé, de 76 anos, esteve refugiado no Chade até março de 2023, altura em que se exilou na Guiné-Bissau. É o coordenador da Coligação dos Patriotas para a Mudança (CPC, na sigla em francês), a principal coligação rebelde centro-africana formada em dezembro de 2020 e que trava uma guerrilha no norte do país.

Zentralafrikanische Republik | Straßenszene in Bangassou
A República Centro-Africana é um país dilacerado pela guerraFoto: Camille Laffont/AFP/Getty Images

Guerra civil sem fim

Ali Darassa, chefe militar fugitivo da Unidade para a Paz na República Centro-Africana, (UPC, na sigla em francês), a principal componente da CPC, está entre os condenados.

A guerra civil tem vindo a dilacerar a República Centro-Africana, um dos países mais pobres do mundo, desde 2013, quando uma coligação de grupos armados dominados por muçulmanos, os Séléka, derrubou Bozizé.

Este organizou e armou depois milícias conhecidas como anti-balaka, maioritariamente cristãs e animistas, para tentar recuperar o poder. O conflito, que foi extremamente mortífero nos primeiros anos, diminuiu consideravelmente de intensidade desde 2018.

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