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Reassentados de Caboxa exigem melhores condições ao Governo angolano

Borralho Ndobma (Bengo)5 de fevereiro de 2014

As famílias que viram as suas casas destruídas pelas chuvas em Dande, na província angolana do Bengo, sentem-se abandonadas pelo Governo provincial. Foram reassentados em Caboxa e passam por várias dificuldades.

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Centro de reassentamento em Caxito, na província angolana do BengoFoto: DW/P. Borralho

Foi a 25 de dezembro de 2013 que as mais de duzentas famílias da cidade de Caxito, mais concretamente dos bairros Mifuma, Sassa Povoação, Riceno, Kitonhe e Mubungo, viram as suas habitaçoes serem destruídas pelas chuvas que se abateram naquele dia de natal.

Para acudir as pessoas sinistradas, o Governo da província do Bengo transferiu-os para a localidade das Mabubas, onde ficaram por pouco tempo. É que depois foram transferidos para o Caboxa no dia 4 de janeiro, onde por exemplo uma tenda é partilhada por duas a quatro famílias.

As vítimas que falaram ao microfone da DW África mostram-se preocupados com o silêncio do Governo, porque este não diz nada sobre atribuição de novas residências, nem sobre o abastecimento de alimentos e dormitórios no posto de acolhimento.

Lista de queixas

Notunterkünfte in Caxito, Angola
Uma das reassentadas que falou à DW ÁfricaFoto: DW/P. Borralho

Um dos reassentados lamenta a situação em que vive: "As condições que aqui temos são impróprias, porque nas nossas próprias casas dormíamos nas camas, tínhamos as nossas refeições condignas, trabalhávamos, mas nesse preciso momento estamos a dormir por cima das tendas, das lonas, estamos a sofrer bastante."

Já uma reasesentada está preocupada com a alimentação. "É pouca, os três quilos de fuba que recebemos já não chega, não conseguimos vender porque todo o dinheiro, os documentos, as cédulas das criança, tudo de perdeu", contou à DW África.

"Estamos a sofrer, por causa dos dormitórios, e também o povo está a sofrer por causa da comida", queixa-se outro.

E as críticas ao Executivo também não faltam: "O Governo não nos considera, vê-nos como se fossemos lixo, desde que nos meteram aqui nestas tendas nada se resolve".

Devido as más condições de vida, os moradores do Caboxa denunciaram existências de várias doenças como diarreias, doenças respiratórias. Eles dizem ainda que há crianças a urinar sangue, doença que afecta principalmente as crianças.

O técnico de enfermagem do posto de socorro instalado no local confirmou a situação e afirmou que durante o mês de janeiro já foram diagnosticados 30 casos.

O enfermeiro disse também que não há medicamentos suficientes para responder as necessidades dos habitantes daquele centro de acolhimento. "As doenças mais frequentes são as diarreias, doenças respiratórias agudas e a schistosomiase, que é quando a pessoa urina sangue, e paludismo", referiu.

Reassentados exigem atitude do Governo

Notunterkünfte in Caxito, Angola
Alguns dos reassentados no centroFoto: DW/P. Borralho

As famílias reassentadas no Caboxa pedem a pronta intervenção do Governo de João Bernardo de Miranda, para que resolva os seus problemas tendo em conta a época chuvosa que se avizinha.

Por outro lado, os populares temem que as próximas chuvas venham a destruir as suas tendas. "Entre cinco a seis homens com as suas mulheres e crianças numa casa só, é isso que está mesmo mal e por isso é que estamos a pedir ao governador, para ver se consegue nos arranjar lugar para conseguirmos viver bem",

Uma reassentada ouvida pela DW África exige uma ação das autoridades locais: "Queremos que o Governo olhe para a nossa vida, queremos já que o Governo construa casas para nós, queremos sair das tendas para dentro das casa que o Governo tem de construir para nós."

A DW África procurou ouvir o Governo da província do Bengo, na pessoa do seu vice-governador para área técnica, José Armando Campos Major, mas sem sucesso.

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