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Recenseamento eleitoral na Guiné-Bissau pode ser alargado

Braima Darame (Bissau)9 de dezembro de 2013

Governo de Transição na Guiné-Bissau não coloca de lado a possibilidade de dilatar o prazo do registo eleitoral. Mas dadas as dificuldades pensa-se que o processo possa adotar a ideia inicial que era de 45 dias.

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Recenseamento eleitoral na Guiné-Bissau mergulhado em problemasFoto: DW/B. Darame

Alguns partidos já falam na possibilidade de o prazo do recenseamento ser alargado até janeiro próximo, o que, admitem, pode fazer com que as eleições gerais tenham lugar numa outra data e não a 16 de março, como está estipulado.

A lei guineense prevê que os cadernos eleitorais sejam concluídos e permaneçam inalterados nos 60 dias que antecedem a votação.

Além de insuficiência de "kits", Batista Té, ministro da Administração Territorial e Admnistração Interna, queixa-se da falta de dinheiro prometido pelos parceiros internacionais. De todas as promessas, apenas Timor-Leste avançou com 500 mil dólares e mais equipamentos para o recenseamento eleitoral.

Batista Té, até admite o alargamento do prazo do recenseamento, mas rejeita qualquer possibilidade de alterar a data das eleições previstas para 16 de marça de 2014.

Os problemas registados levaram o ministro da Admnistração Territorial e Admnistração Interna a ser realista: "Fazer um recenseamento eleitoral de raiz com materiais sofisticados e em pouca quantidade no prazo legal e pela primeira vez, eu acho que os guineenses deviam ter a humildade de chegar a consciência de alargar o prazo."

Material für die Wahlen in Guinae-Bissau in 2014
Material eleitoral doado por Timor-LesteFoto: DW/B. Darame

Falta de educação civica, um prejuízo

E Batista Té recorda ainda que: "Há espaço para fazer cálculos, porque já desde o início tínhamos solicitado essa possibilidade de 45 dias, em vez de pensarmos em 21 dias."

Dos 200 "kits" de recenseamento inicialmente previstos, existem apenas 123 para um universo potencial de 800 mil eleitores. Batista Té afirma que até o dia 15 devem chegar ao país mais 77.

Entretanto, na opinião do Movimento da sociedade civil guineense, a fraca afluência de cidadãos às mesas de recenseamento deve-se ao facto de não ter sido realizada a campanha de educação cívica para sensibilizar às pessoas sobre o novo modelo do registo.

Mamadú Queta, porta-voz do Movimento recorda as características da maior parte do povo guineense: "Conhecemos a situação do país, o número elevado de analfabetismo e sobretudo o processo que temos agora, quase biométrico, é preciso informar e sensibilizar os cidadãos. Julgamos que a falta de uma campanha de sensibilização está de facto a dificultar esse processo de recenseamento."

Serifo Nhamadjo Wahlen Guinea-Bissau
Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, falando a imprensa sobre as eleiçõesFoto: DW/B. Darame

Dedo acusador a imprensa

Por seu lado, o Presidente de transição, Serifo Nhamadjo teceu duras criticas à atuação dos órgãos da comunicação social neste processo: "Fiquei triste em ver a imprensa a ir para setores quando é nas sedes capitais regionais que deve realizar o trabalho. Por exemplo, uma entrevista em Safim, não é a sede regional."

Por causa disso Serifo Nhamadjo deixou o seguinte apelo aos jornalistas em nome do bom andamento do registo eleitoral: "que façam a informação em função das orientações para que não haja desinformação. Essas pequenas desinformações criam desmotivação e põem em causa a credibilidade do que dizem as pessoas."

No último fim-de-semana, os partidos políticos e o Presidente guineense de transição aprovaram no Parlamento uma proposta de prorrogação do período de transição até à posse de novos órgãos eleitos.

O documento deverá ser apresentado à CEDEAO, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, e demais parceiros internacionais do país, como resultado do novo consenso nacional sobre o período de transição.

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