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Relatos de mortes por violência policial na RDC

AFP | Reuters | cvt
31 de dezembro de 2017

Várias pessoas ficaram feridas, quando as forças de segurança congolesas reprimiram manifestações, este domingo (31.12), na capital da RDC. Há relatos de dois mortos em Kinshasa, além de diversas detenções.

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Kongo Protest gegen Joseph Kabila in Kinshasa
Manifestantes diante da sede de um partido político, em KinshasaFoto: Getty Images/AFP/J. Kannah

Segundo a organização não governamental Human Rights Watch, as forças de segurança congolesas balearam dois homens. Eles teriam sido mortos fora de uma igreja, no distrito de Matete, em Kinshasa, de acordo com Ida Sawyer, diretora da HRW na África Central.

A agência AFP contabilizou cerca de 10 feridos, depois que a polícia irrompeu em aglomerações em igrejas no centro da capital. Os oficiais também detiveram garotos de 12 anos de idade, trajando suas vestes litúrgicas fora de uma igreja, enquanto conduziam uma marcha.

Na cidade central de Kananga, um repórter da AFP, que está a cobrir a manifestação, relatou ter visto quando soldados abriram fogo contra os manifestantes, atingindo um homem.

Um oficial ameaçou atirar em jornalistas que cobrem a agitação e um jornalista da estação de rádio francesa RFI foi detido por pouco tempo, segundo os repórteres da AFP.

O porta-voz da polícia, Pierrot Mwanamputu, negou que as forças de segurança tenham usado fogo real contra os manifestantes.

"Estamos operando durante o dia. Todo mundo está a observar-nos. Não é à noite ", disse ele.

Mas, uma testemunha ouvida pela agência Reuters, relatou ter visto duas pessoas feridas por tiros, no braço e na perna, em um hospital local.

unruhen in Kinschasa
Polícias congoleses em ação, durante protestos em 2006Foto: PA/dpa

Denúncias de detenções

Cerca de 50 pessoas foram presas em Kinshasa e pelo menos sete pessoas ficaram gravemente feridas, disse Georges Kapiamba, ativista dos direitos humanos. Outras 25 pessoas teriam sido presas e mais três ficaram gravemente feridas, na cidade do sudeste de Kamina, acrescentou o ativista.

Mwanamputu confirmou que os polícias detiveram manifestantes que bloquearam estradas, mas não informou números.

As forças de segurança foram distribuídas por toda a cidade de 10 milhões de habitantes e testemunhas relataram várias operações policiais contra manifestantes em igrejas, segundo a AFP.

Os manifestantes exigem que o Presidente Joseph Kabila prometa que não tentará permanecer no poder na RDC.

Kabila está à frente do país desde 2001. As eleições para substituí-lo foram adiadas consecutivamente e estão, atualmente, marcadas para dezembro de 2018.

Kongo Notre-Dame in Kinshasa
Missa na igreja de Notre-Dame, em KinshasaFoto: picture-alliance/dpa/N. Bothma

Gás lacrimogéneo nas igrejas

No distrito de Bandalungwa, em Kinshasa, forças de segurança dispararam gás lacrimogéneo em uma igreja, criando pânico, disse à agência Reuters o líder da oposição, Vital Kamerhe, que estava presente na missa.

"Enquanto estávamos a orar, os soldados e a polícia entraram e dispararam gás lacrimogéneo na igreja" onde estava a ser realizada a missa, confirmou um homem à AFP.

Na Catedral Notre-Dame, em Gombe, no norte de Kinshasa, as forças de segurança também dispararam gás lacrimogéneo, quando o líder da oposição, Felix Tshisekedi, chegou, segundo jornalistas da AFP.

O pároco pediu aos devotos que "voltem para suas casas em paz, porque há uma presença forte de soldados e policiais prontos para disparar".

Mais cedo, o Governo da RDCongo havia ordenado que os fornecedores dos serviços de telecomunicações cortassem a internet e bloqueassem as comunicações por mensagens de texto em todo o país. O ministro das Telecomunicações justificou a medida, como sendo por motivo de "segurança nacional".

No sábado (30.12), o governador de Kinshasa havia dito que não autorizava a realização da manifestação, solicitada pelos católicos.

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