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Coligação "Afonso Dhlakama" visa "dividir" a RENAMO

DW (Deutsche Welle)
31 de julho de 2022

De visita à província de Cabo Delgado, o secretário-geral da RENAMO exortou os membros do partido em Pemba a não se deixarem "baralhar" com a nova coligação "Afonso Dhlakama". "A RENAMO é una e indivisível", frisou.

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André Magibire
André Magibire, secretário-geral da RENAMOFoto: DW

O secretário-geral da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), André Magibire, encontra-se este sábado (30.07) na província de Cabo Delgado, numa missão de revitalização das bases da maior força política da oposição em Moçambique, tendo como pano de fundo as próximas corridas eleitorais no país. 

A criação de uma coligação que ostenta o nome do antigo líder do partido, Afonso Dhlakama, continua a preocupar a RENAMO. Na comunicação com os membros desta formação política em Pemba, André Magibire exortou a que ninguém aceite o que apelidou de "brincadeiras de mau gosto".

"Não se baralhem. A RENAMO é una e indivisível. O presidente é Ossufo Momade. Não estamos a dizer que os outros partidos não podem fazer política, podem fazer sim senhor, mas usem os seus nomes, as suas bandeiras. Mas acham que se alguém tivesse criado a coligação eleitoral ‘Samora Machel' no notário iam aprovar? Ou coligação eleitoral ‘Eduardo Mondlane' iam aprovar? Mas porque é que aprovaram quando se diz Afonso Dhlakama?", questionou o número dois da "perdiz".

Segundo Magibire, a pretensão é dividir e fragilizar a RENAMO nos pleitos eleitorais.

"Sabem porquê? É para tentar dividir-nos. Estão a perceber, não é? Vai-se na mesa de votação e tem partido RENAMO de um lado a concorrer e, do outro lado, a coligação Afonso Dhlakama. Não acham que isso vai baralhar as pessoas?".

André Magibire
André Magibire em Pemba, capital provincial de Cabo DelgadoFoto: DW

Demora na erradicação do terrorismo

Ainda durante a visita à província nortenha, o secretário-geral da RENAMO criticou a "demora na erradicação do terrorismo" em Cabo Delgado, mesmo com o apoio militar estrangeiro, cerca de um ano depois.  André Magibire diz não compreender o porquê de, até hoje, os insurgentes continuarem a provocar ataques em aldeias e a causar mais vítimas.

"Tem aqui a força da SADC [Missão Militar da Comunidade do Desenvolvimento da África Austral] e as forças do Ruanda. O que o povo esperava é que por estas alturas tivessem conseguido, digamos, retirar os terroristas, mas não é o que está a acontecer", manifestou-se preocupado.

O dirigente do partido pediu ainda apoio dos residentes de Cabo Delgado na vigilância e denúncia às autoridades de terroristas que se infiltrem no seio das comunidades.  

"Como partido gostaríamos também de apelar à população de Cabo Delgado para que sejamos vigilantes. Porque o terrorista quando chega aqui não escolhe se é ‘João' ou ‘António', quem quer que seja ele mata".

Também os problemas na implementação da Tabela Salarial Única (TSU) na função pública não escaparam às críticas de Magibire que pede responsabilização imediata.

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