Ruanda quer usar drones contra a malária
28 de janeiro de 2019O risco de contágio de malária no Ruanda tem aumentado desde 2012. Atualmente, 90% dos ruandeses correm o risco de contrair esta doença.
Por isso, e em parceria com uma empresa local de tecnologia, a "Charis Unmanned Aerial Solutions", o Governo ruandês vai começar a usar drones pulverizadores. Estes veículos aéreos não tripulados estarão equipados com um tanque de 10 litros para transportar inseticidas. E seguirão rotas previamente estipuladas para pulverizar áreas que abriguem larvas de mosquitos, principalmente zonas de águas estagnadas.
Segundo o diretor executivo da empresa, Eric Rutayisire Muziga, os mosquitos estão a mudar de comportamento e há algumas áreas onde a doença tem estado a aumentar muito rapidamente.
Em 2012, nove mil pessoas contraíram malária grave no Ruanda; em 2016, o número subiu para 17.000.
Os drones, diz Rutayisire Muziga, podem ajudar a solucionar o problema.
"Com os drones podemos, primeiro, mapear as áreas dos potenciais habitats destes mosquitos e depois pulverizá-las. É uma tecnologia trinta vezes mais rápida do que a pulverização manual. E é também mais eficiente, porque atinge as áreas de interesse", explica.
"Medida complementar"
Aflodis Kagaba, diretor da Iniciativa de Desenvolvimento da Saúde, uma equipa de médicos que monitora a saúde da comunidade, vê nos drones uma medida complementar, "mais abrangente", no combate aos mosquitos da malária no exterior.
Com drones, é possível chegar mais facilmente a áreas montanhosas. Mas a pulverização interior continua a ser muito importante, salienta Kagaba.
Além disso, os drones podem ser bons para pessoas "preguiçosas", comenta Clarisse Ihogoza, diretora de um jardim de infância nos subúrbios da capital ruandesa, Kigali.
"Há pessoas que são muito preguiçosas ou que não têm tempo para cuidar da vegetação à volta das suas casas e, por isso, os drones serão uma grande ajuda", afirma.