+ Rússia invade a Ucrânia +
24 de fevereiro de 2022Os principais pontos da cobertura desta quinta-feira (24.02):
- Presidente da Ucrânia anuncia lei marcial após ataques russos
- Ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano diz que a Rússia lançou uma "invasão em larga escala"
- Presidente russo instou militares ucranianos a "depor as armas", depois de anunciar operação militar
- ONU agenda reunião do Conselho de Segurança a pedido da Ucrânia
- Líderes da UE realizam cimeira de emergência
- Exército russo destrói 74 instalações militares terrestres na Ucrânia
- G7 planeia resposta severa e coordenada
Cobertura encerrada às 19h255 do Tempo Universal Coordenado (UTC)
Biden agrava sanções à Rússia e reforça dispositivo da NATO na Europa
O Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou que Estados Unidos e aliados vão reforçar sanções à Rússia e que o dispositivo da NATO na Alemanha será reforçado com tropas norte-americanas, após a invasão russa da Ucrânia.
"Putin escolheu esta guerra" na Ucrânia, e o Presidente russo e a Rússia "suportarão as consequências de novas sanções", disse Biden, numa declaração à comunicação social.
O chefe de Estado afirmou que defenderá "cada centímetro do território da NATO".
"Autorizei o emprego de forças adicionais dos Estados Unidos na Alemanha, como parte da resposta da NATO", afirmou o chefe de Estado, durante conferência de imprensa concedida na Casa Branca.
Biden anunciou sanções contra quatro grandes entidades financeiras russas, entre elas o estatal VTB, o segundo maior banco do país, em resposta à ofensiva russa. "Isto significa que todos os seus ativos nos EUA serão congelados. Vamos frear a capacidade da Rússia de se financiar", explicou Biden.
O Presidente dos Estados Unidos prometeu que garantirá que Vladimir Putin se torne "um pária no cenário internacional" e confessou não ter "nenhum plano" de se reunir com o mandatário da Rússia. "A agressão de Putin contra a Ucrânia acabará custando caro à Rússia, tanto económica como estrategicamente. Vamos garantir isso", declarou Biden.
Chanceler alemão avisa Putin que não subestime a NATO
O chanceler alemão advertiu o Presidente russo para não "subestimar" a determinação da NATO em defender os seus membros e exortou-o a retirar as tropas da Ucrânia e a revogar o reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk.
Tanto a Europa como os "aliados americanos" estão determinados a "impedir" que o conflito se propague a outras partes do continente, disse Olaf Scholz, aludindo aparentemente aos Estados Bálticos (Letónia, Estónia e Lituânia), Polónia, Eslováquia e Roménia.
"Esta é a guerra de [Vladimir] Putin, não a guerra de toda a Rússia", disse o chanceler alemão, numa mensagem televisiva aos seus concidadãos na noite desta quarta-feira, na qual responsabilizou o Presidente russo pela invasão da Ucrânia.
Scholz advertiu que Putin irá enfrentar a coesão de toda a comunidade internacional e recordou que a União Europeia (UE) e o G7 estão determinados a adotar sanções conjuntas.
O chanceler alemão aludiu tanto à cimeira do G7 hoje realizada virtualmente, convocada pela presidência rotativa alemã do grupo das sete grandes potências, como àquela que terá lugar, em formato presencial, esta noite em Bruxelas entre os chefes de Estado e de Governo dos 27 Estados-membros da UE.
Exército russo ocupa antiga usina nuclear de Chernobyl
O exército russo ocupou a antiga usina nuclear de Chernobyl após pesados combates com as Forças Armadas ucranianas. "Após uma batalha sangrenta, perdemos o controle de Chernobyl", disse o assessor presidencial ucraniano Mikhail Podoliak, citado pela agência de notícias "Unian".
Segundo Podoliak, as autoridades ucranianas não têm informações sobre "o estado das instalações da antiga usina nuclear de Chernobyl, o sarcófago e o armazém de resíduos nucleares".
"Depois deste ataque absolutamente irracional dos russos nesta direção, não podemos ter certeza de que a usina nuclear de Chernobyl esteja segura", disse ele, que classifica a ofensiva russa como "uma das maiores ameaças que a Europa está enfrentando agora".
Ucrânia: União Africana pede cessar-fogo "imediato e sem demoras"
O presidente em exercício da União Africana, Macky Sall, e o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, defenderam hoje um cessar-fogo "imediato e sem demoras" na Ucrânia, pedindo respeito pelo direito internacional.
Os presidentes "pedem que se respeite integralmente o direito internacional, a integridade territorial e a soberania nacional da Ucrânia", lê-se num comunicado difundido pela União Africana e citado pelas agências internacionais.
No documento, o Presidente do Senegal, que ocupa este ano a presidência da União Africana, e o presidente da comissão expressaram a sua "extrema preocupação pela situação muito grave e perigosa criada na Ucrânia" e pediram que se iniciem negociações políticas "para salvar o mundo das consequências dos conflitos mundiais".
Note-se que estão previstas várias reuniões de emergência: o G7 reuniu-se por videoconferência, os 27 países da União Europeia estarão numa cimeira em Bruxelas e a NATO convocou uma cimeira em formato digital para sexta-feira.
Rússia: Detenções de manifestantes contra a guerra
A policia russa deteve vários manifestantes durante uma ação de protesto contra o ataque da Rússia à Ucrânia em Moscovo, capital da Rússia, nesta quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022. Centenas de pessoas reuniram-se no centro de Moscovo nesta quinta-feira, protestando contra o ataque da Rússia à Ucrânia. Muitos dos manifestantes foram detidos. Protestos semelhantes ocorreram em outras cidades russas.
G7 planeia resposta severa e coordenada
O presidente russo, Vladimir Putin, "reintroduziu a guerra no continente europeu", disseram os líderes do G7 num comunicado conjunto após uma reunião virtual nesta quinta-feira. Eles condenaram veementemente a invasão da Ucrânia pela Rússia, dizendo que esta ação constitui "uma séria ameaça à ordem internacional baseada em regras, com ramificações muito além da Europa". Os representantes das sete maiores economias mundiais disseram que Putin "se colocou do lado errado da história" e pediram à Rússia que "parasse o derramamento de sangue, desescalasse imediatamente e retirasse suas forças da Ucrânia". O Grupo dos Sete países industrializados planeia impor sanções económicas e financeiras severas e coordenadas contra Moscovo. Os líderes do G7 também disseram que estão "monitorando de perto" os mercados voláteis de petróleo e gás e "estão prontos para agir conforme necessário para lidar com possíveis interrupções".
Exército russo destrói 74 instalações militares terrestres na Ucrânia
O exército da Rússia destruiu 74 instalações militares terrestres da Ucrânia durante uma ofensiva que começou de madrugada no leste do país vizinho, de acordo com o Ministério da Defesa russo.
O porta-voz da pasta, Igor Konashenkov, disse que 74 instalações ficaram inoperantes como resultado das ações das forças russas, e um helicóptero de combate e quatro drones Bayraktar foram abatidos.
Entre os alvos destruídos estavam 11 pistas da Força Aérea, três postos de comando e uma base naval.
Konashenkov declarou que o ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu, deu ordens para "tratar com respeito" os militares ucranianos que entregam as armas.
"Considerando o fato de que os militares das Forças Armadas ucranianas, ao contrário dos nacionalistas, fizeram um juramento ao povo ucraniano e cumprem ordens, tratem-nos com respeito e criem corredores seguros para a saída dos soldados ucranianos que entregaram as armas nas áreas da operação", disse Shoigu, segundo Konashenkov.
O porta-voz garantiu que os ataques não são realizados contra os centros urbanos ou contra infraestruturas sociais dos quartéis atacados.
"Atualmente, na zona de combate, a resistência é realizada principalmente por destacamentos nacionalistas armados", acrescentou.
A Ucrânia, entretanto, relatou ataques russos a infraestruturas civis nos quais várias pessoas foram mortas.
Estudantes angolanos vivem dias de angústia no leste da Ucrânia
Manuel de Assunção, estudante angolano de Arquitetura em Dnipro, perto de Lugansk e Donetsk, relata o clima "pesado" que se vive na Ucrânia, após os ataques da Rússia. Assunção lidera mais de 150 estudantes que querem sair "o mais rapidamente possível" do país.
Na manhã de quinta-feira, o preço do petróleo Brent superou US $ 100 (€ 89) por barril. À tarde, os preços do Brent ultrapassaram os 105 USnbsp;por barril pela primeira vez desde 2014. As bolsas de valores também reagiram em baixa. O índice DAX da Alemanha caiu mais de 5%, caindo para cerca de 13.870 pontos - sua maior queda diária em cerca de dois anos. "Nossos piores temores foram realizados", disse o gerente de portfólio Thomas Altmann, da QC Partners, em Frankfurt. "Houve fúria na Europa." O ouro, um investimento clássico de "porto seguro", também subiu de valor, aproximando-se de US$ 2.000 por onça. As ações da gigante russa de gás Gazprom perderam cerca de um terço de seu valor, já que os investidores anteciparam novas sanções à Rússia e suas exportações de energia.
Rússia diz que está a tomar medidas "para garantir a segurança do país e do povo russo"
O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) russo, Sergei Lavrov, afirmou hoje que a Rússia está a tomar medidas "para garantir a segurança do país e do povo russo" e que "espera" que "ainda seja possível voltar ao direito internacional".
"Tivemos discussões tensas e detalhadas com os nossos colegas norte-americanos e com outros membros da NATO. Esperamos que ainda exista a possibilidade de voltar ao direito internacional e aos compromissos internacionais", disse Lavrov, citado pela agência Efe, durante uma reunião com o seu homólogo paquistanês, Shah Mahmood Qureshi.
De acordo com um comunicado do ministério russo, Lavrov assinalou que por agora a Rússia toma medidas "para garantir a segurança do país e do povo russo".
"Mas estaremos sempre prontos para um diálogo que nos devolva a justiça e os princípios da Carta das Nações Unidas", afirmou.
As declarações do chefe da diplomacia russa deram-se no meio de uma operação militar lançada pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin, contra a Ucrânia, e das discussões de Moscovo com o ocidente para evitar a ampliação da NATO.
Entretanto as autoridades russas anunciaram hoje que reprimirão qualquer manifestação "não-autorizada" que se realize na Rússia contra a guerra na Ucrânia, onde Moscovo lançou esta madrugada uma ofensiva militar de grande envergadura.
O Ministério do Interior, o ministério público e o Comité de Investigação russos advertiram os cidadãos russos contra qualquer ação de protesto. O Comité de Investigação sublinhou que os participantes em concentrações sobre "a situação tensa em matéria de política externa" ou em distúrbios enfrentarão processos judiciais.
Zelenski: Rússia está a tentar tomar Chernobyl
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse que as forças russas estão a "tentar tomar" a antiga central nuclear de Chernobyl. "Nossos defensores estão a arriscar as suas vidas para que a tragédia de 1986 não se repita", escreveu Zelenski no Twitter. "Esta é uma declaração de guerra contra toda a Europa."
Entretanto O comando militar ucraniano informou nesta quinta-feira à tarde (às 15:00 CET) que os combates continuam ao longo de toda a linha de frente nas regiões de Donetsk e Lugansk, e que as Forças Armadas do país repeliram um avanço de 16 tanques inimigos, destruindo três deles.
África do Sul apela a retirada russa da Ucrânia
O Governo sul-africano apelou hoje à Rússia para retirar as suas forças da Ucrânia e às Nações Unidas a desempenharem o seu papel na manutenção da paz mundial face ao crescente conflito armado.
"A porta da diplomacia nunca deveria ter sido fechada, mesmo que o conflito tenha eclodido", refere em comunicado o Ministério das Relações Internacionais e Cooperação sul-africano.
"Também instamos todas as partes a abordar a situação com espírito de compromisso, com todas as partes a respeitarem o direito internacional. À luz da escalada do conflito, pedimos a todas as partes que retomem os esforços diplomáticos para encontrar uma solução para as preocupações expressas pela Rússia", salienta.
A África do Sul apela ainda às partes para que "defendam e protejam os direitos humanos e cumpram as suas obrigações em termos do direito internacional e do direito internacional humanitário".
De acordo com o comunicado, a que a Lusa teve acesso, Pretória está "consternada" com a escalada do conflito na Ucrânia, advertindo que "o conflito armado afetará não apenas a Ucrânia, mas também terá repercussões em todo o mundo".
"Nenhum país está imune aos efeitos deste conflito. Como o secretário-geral da ONU indicou, o conflito terá um enorme impacto na "economia global num momento em que estamos a emergir da pandemia da covid-19 e tantos países em desenvolvimento precisam de ter espaço para a recuperação", adianta.
Ucrânia: Exércitos lutam por controlo de aeroporto militar nos arredores de Kiev
O Exército ucraniano anunciou hoje que estão em curso combates pelo controlo do aeroporto militar de Gostomel, nos arredores de Kiev, quando a Rússia já reclama a destruição de 74 instalações militares na Ucrânia.
"A luta está em curso no aeroporto de Gostomel", localizado poucos quilómetros a noroeste de Kiev, anunciou o chefe dos Exército ucraniano, Valery Zaloujny e imagens nas redes sociais mostram que o aeroporto militar terá sido atacado por vários helicópteros.
De acordo com Zaloujny, a situação também é "tensa" no sul da Ucrânia, onde os combates estão a travar-se nas cidades de Genitchesk, Skadovsk e Chaplynka, na região de Kherson, perto da Crimeia.
O Exército russo assegura que destruiu 74 instalações militares, incluindo 11 aeródromos, na Ucrânia, onde as tropas de Moscovo lançaram uma grande operação militar, esta manhã.
"Como resultado dos ataques das Forças Armadas russas, 74 instalações terrestres da infraestrutura militar ucraniana foram desativadas. Isso inclui 11 aeródromos da Força Aérea", disse o general Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa russo, durante uma entrevista televisiva.
Konashenkov também anunciou a destruição de três postos de comando, uma base naval ucraniana e 18 estações de radar dos sistemas de defesa antimísseis ucranianos S-300 e Buk-M1, bem como de um helicóptero de ataque e de quatro 'drones' Bayraktar TB-2, de fabrico turco.
Konashenkov também disse que um caça russo Su-25 caiu "como resultado de um erro do piloto", que se ejetou e se encontra "seguro e já de regresso à sua unidade militar".
De acordo com este porta-voz, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, ordenou que o seu Exército "tratasse com respeito" os soldados ucranianos que venham a ser detidos.
União Europeia convoca embaixador russo
O chefe de política externa da UE, Josep Borell, ordenou a convocação do embaixador russo na UE, Vladimir Chizhov, em Bruxelas. A UE transmitiu a Chizhov a "condenação mais forte da invasão não provocada e injustificada da Ucrânia" pelas forças russas, disse o porta-voz de Relações Exteriores da UE, Peter Stano, em comunicado. A UE exigiu que Putin cesse as operações militares "imediatamente" e retire forças e equipamentos do território ucraniano, acrescentou Stano.
Ex-chanceler alemão Schröder: os interesses da Rússia não justificam "meios militares"
O ex-chanceler alemão, Gerhard Schröder, que faz parte do conselho da estatal russa de energia Gazprom, criticou a decisão do Kremlin de invadir a Ucrânia. "Houve muitos erros - de ambos os lados", escreveu Schröder num post nas redes sociais, comentando a relação entre a Rússia e o Ocidente. "Mas mesmo os interesses de segurança da Rússia não justificam o uso de meios militares." Ao mesmo tempo, Schröder pediu ao Ocidente que não corte "os vínculos restantes da sociedade política, econômica e civil" com a Rússia. “Apesar da situação dramática atual, estas são as bases para uma esperança que todos nós temos: que um diálogo sobre paz e segurança em nosso continente seja novamente possível”, disse ele. Schröder liderou o governo alemão de 1998 a 2005, quando foi substituído pela recém-aposentada Angela Merkel. Muitos políticos alemães, incluindo membros de seu próprio SPD de esquerda, criticam os laços estreitos de Schröder com o Kremlin.
Ucrânia: Schalke elimina logotipo da Gazprom, UEFA debate jogo de São Petersburgo
O clube de futebol alemão Schalke disse que substituirá o logotipo do patrocinador Gazprom em suas camisolas por tempo indeterminado. O nome da gigante petrolífera estatal russa será substituído pelo nome completo da equipe "FC Schalke 04". O executivo sênior da Gazprom, Matthias Warnig, já havia deixado o conselho de supervisão do Schalke na quinta-feira, depois de ser alvo de sanções dos EUA. Warnig é CEO do recém-construído, mas nunca operado, oleoduto Nord Stream 2 da Rússia para a Alemanha, que é um projeto multibilionário da Gazprom e de várias empresas europeias. No início desta semana, o chanceler alemão Olaf Scholz adiou indefinidamente a certificação do oleoduto devido à agressão russa na Ucrânia.
McDonald's fecha todos os restaurantes na Ucrânia
A cadeia global de fast food americana McDonald's anunciou que está a fechar os seus restaurantes na Ucrânia. "Tomámos esta deisão para garantir a segurança de seus funcionários e suas famílias", disse a empresa na página do McDonald's Ucrânia no Facebook. O McDonald's disse que manterá seus restaurantes no país fechados até que a situação se estabilize.
Ao mesmo tempo, a Uefa anunciou nesta quinta-feira que vai organizar uma reunião para discutir a localização do jogo da final da Liga dos Campeões. A partida, na qual os dois melhores clubes de futebol europeus se enfrentam, está prevista para a cidade russa de São Petersburgo, a 28 de maio. Relatos não confirmados sugerem que a UEFA está a procurar outra cidade para realizar o jogo.
Ucrânia: As explicações do jornalista da DW Guilherme Correia da Silva
O Ocidente promete sanções sem precedentes depois de a Rússia invadir a Ucrânia. A presidente da Comissão Europeia diz que o Presidente russo é o responsável por "trazer a guerra de volta" à Europa. Vladimir Putin ameaça com "consequências jamais vistas na História" para quem se intrometer no assunto.
Rússia diz que dezenas de objetos militares ucranianos foram destruídos
O Ministério da Defesa russo disse que os militares russos destruíram 74 "objetos de infraestrutura militar acima do solo" na Ucrânia, informou a agência de notícias estatal russa RIA. Entretanto, a polícia ucraniana disse que a Rússia realizou 203 ataques. O vice-ministro da Defesa da Ucrânia acrescentou que vários soldados das forças russas foram feitos prisioneiros, na sequência de intensos combates no leste do país.
União Europeia diz que refugiados da Ucrânia são "bem-vindos"
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse a repórteres que a UE está preparada para fornecer uma ampla gama de apoio à Ucrânia, incluindo o acolhimento de refugiados que fogem da invasão russa. "Vamos acolher e acolher [refugiados] imediatamente", disse ela. "Estamos totalmente preparados para eles, e eles são bem-vindos."
Boris Johnson, do Reino Unido: Ataque dá a Putin "estatuto de pária"
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson - numdiscurso à nação - disse que o Reino Unido aumentará seu apoio à Ucrânia. Ele disse que a Ucrânia "não é um país distante" e acrescentou: "Não podemos e não devemos desviar o olhar". Johnson observou que o Reino Unido foi um dos primeiros países europeus a entregar armas à Ucrânia. Ele disse que a invasão deu ao regime de Putin "status de pária". "Não acredito que o ditador russo algum dia subjugará os ucranianos e sua crença apaixonada de que seu país deve ser livre", disse Johnson. Num post no Twitter antes da conferência, o primeiro-ministro britânico descreveu a guerra como "uma catástrofe para o nosso continente".
Presidente francês oferece todo o apio e solidarieda à Ucrânia
Emmanuel Macron, pediu esta manhã uma reunião da NATO "o mais rápido possível" e promete falar "daqui a pouco tempo" aos franceses, mantendo, por enquanto, todos os compromissos de agenda previstos antes da invasão da Ucrânia.
"O Presidente da República deseja a realização de uma cimeira da NATO o mais rápido possível, em concertação com os nossos parceiros e aliados", comunicou esta manhã o Palácio do Eliseu às redações após um Conselho de Defesa que se reuniu em presença de Emmanuel Macron.
Esta manhã, o líder francês falou ao telefone com Volodymyr Zelensky, Presidente ucraniano. Zelensky terá pedido "múltiplas intervenções" para ajudar a Ucrânia, assim como "unidade entre os europeus" e em resposta, segundo o Palácio do Eliseu, o Presidente francês terá oferecido "todo o apoio e solidariedade" da França.
Pequim entende as preocupações de segurança 'razoáveis' da Rússia
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, falou ao telefone com seu colega russo, Sergey Lavrov, sobre a Ucrânia. Wang disse a Lavrov que Pequim "respeita a soberania e a integridade territorial de todos os países", disse o Ministério das Relações Exteriores da China em comunicado. "Ao mesmo tempo, também vimos que a questão da Ucrânia tem sua latitude e longitude históricas complexas e especiais, e entendemos as preocupações razoáveis da Rússia em questões de segurança", acrescentou. "A China defende que a mentalidade da Guerra Fria deve ser completamente abandonada, e um mecanismo de segurança europeu equilibrado, eficaz e sustentável deve ser finalmente formado por meio do diálogo e da negociação." De acordo com a agência de notícias Interfax, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que os dois diplomatas concordaram que "a causa da crise" foi a recusa de Kiev, apoiada por Washington, em implementar os acordos de Minsk. Separadamente, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, se recusou a rotular o ataque russo como uma "invasão". "Esta é talvez uma diferença entre a China e vocês ocidentais. Não vamos apressar uma conclusão", disse Hua.
Campenato Ucraniano de futebol é suspenso após ataque da Rússia
O Campeonato Ucraniano masculino de futebol, foi suspenso nesta quinta-feira, segundo informou a liga que organiza a competição.
A decisão é consequência da lei marcial imposta em todo o território da Ucrânia, após o início da operação militar da Rússia na região do Donbas.
Depois de 18 jornadas realizadas no campeonato, o Shakhtar, equipe que ganhou notoriedade pelo grande número de brasileiros no elenco, lidera a tabela, com 47 pontos, seguindo-se o Dínamo de Kiev, com 45, seguido pelo Dnipro, que está com 40 pontos.
Ucrânia: Aumenta número de vítimas da invasão russa, segundo agências
Pelo menos 40 soldados ucranianos e uma dezena de civis foram mortos nas primeiras horas da invasão russa da Ucrânia, disse hoje um conselheiro do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Sei que mais de 40 militares ucranianos foram mortos e várias dezenas ficaram feridos e fala-se da morte de uma dezena de civis" em vários pontos do país, disse Oleksiy Arestovych.
O conselheiro do Presidente da Ucrânia adiantou que as baixas foram provocadas pelos bombardeamentos aéreos e pelos disparos de mísseis russos ocorridos hoje de manhã.
O exército russo, até ao momento, não se referiu a baixas no terreno.
Citado pelas agências internacionais, o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, general Igor Konachenkov, indicou que os "separatistas pró-russos" no leste da Ucrânia alcançaram ganhos territoriais e afirmou que a intervenção russa não visa cidades ucranianas, mas sim "infraestruturas militares, instalações de defesa aérea e aeródromos militares".
"A população civil não tem nada a recear", disse o oficial russo.
Cerca de dois mil ucranianos cruzaram hoje a fronteira com a Moldávia desde o início da operação militar da Rússia na Ucrânia, segundo indicou a ministra do Interior moldava, Anda Revenko.
Também está a ser verificado um fluxo de ucranianos que tentam entrar na Roménia em virtude dos novos ataques russos contra o território ucraniano, de acordo com a agência France-Presse (AFP).
A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.
Presidente da Ucrânia: "Estamos a sofrer uma segunda vaga de ataques"
Volodimir Zelenski afirma que segunda onda de ataques com mísseis está em andamento. O presidente ucraniano explicou que seu país está a ser atingido por uma segunda onda de ataques com mísseis. A primeira onda foi lançada nas primeiras horas da quinta-feira, depois do presidente russo, Vladimir Putin, ter ordenado que os militares russos entrassem na Ucrânia. Centros de comando militar, o aeroporto Kyiv Boryspil e outros edifícios em várias cidades ucranianas foram alvos dessa primeira onda de ataques com mísseis.
NATO: "Um dia negro para a segurança da Europa"
Durante uma conferência de imprensa, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, condenou a invasão russa da Ucrânia, que ele classificou de "deliberada e planeada a sangue frio há muito tempo". "Peço a Putin que pare imediatamente o ataque", disse Stoltenberg, adiantando que o líder russo deveria retirar imediatamente e completamente suas tropas da Ucrânia. Ele disse que convocaria uma cimeira virtual dos líderes da NATO na sexta-feira. Ele disse ainda que a invasão mostrou que a paz "não pode ser dada como certa", mas expressou a opinião de que "a liberdade sempre prevalecerá sobre a repressão". Ele também reafirmou o princípio da NATO de que "um ataque a um aliado desencadeará uma resposta da aliança".
Kremlin explica "objetivos da intervenção na Ucrânia"
"Os objetivos são a desmilitarização e a 'desnazificação' da Ucrânia", segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. Preskov disse literalemente que a operação militar russa na Ucrânia foi projetada com objetivos obejtivos em mente, a saber, a desmilitarização e o que ele chamou de "desnazificação" da Ucrânia. Ele acrescentou que Putin decidirá quanto tempo a campanha militar durará com base no progresso em alcançar esses objetivos. Peskov acrescentou que era impossível fechar a Rússia atrás de uma cortina de ferro. Putin não falará com a comunicação social após uma reunião com o primeiro-ministro paquistanês Imran Khan, adiantou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Olaf Scholz, chefe do governo da Alemanha: 'Esta é a guerra de Putin'
Expressando solidariedade com os ucranianos, o chanceler alemão Olaf Scholz disse que a Alemanha vai coordenar com os líderes do G7 e da União Europeia a imposição de sanções severas à Rússia. Scholz disse que o ataque à Ucrânia não tem justificação possivel e classificou Vladimir Putin como "único responsável". Scholz disse literalmente, que esta invasão é "guerra de Putin". "Ficará claro que Putin cometeu um erro terrível ao desencadear esta guerra", disse ainda Scholz, acrescentando que a Rússia pagaria um "preço amargo" por invadir seu vizinho. "Peço a Putin que pare imediatamente o ataque", disse Scholz, acrescentando que o líder russo deve retirar completamente suas tropas da Ucrânia. Scholz também disse que ordenou que o Gabinete de Segurança da Alemanha se reunisse e convocou uma sessão especial do parlamento alemão no domingo. Uma videoconferência especial sobre os líderes do G7 também será convocada a seu pedido, disse ele.
Os "aliados" de Putin
A DW elaborou uma lista dos países que se vão mantendo fielmente ao lado da Rússia de Vladimir Putin.
Bielorrússia
A Bielorrússia é um dos aliados mais leais à Rússia desde 1990. Após as eleições presidenciais, em agosto de 2020, este país, governado por Alexander Lukashenko, aproximou-se ainda mais de Moscovo e afastou-se da vizinha Ucrânia, para onde muitos dissidentes bielorrussos fugiram. No conflito com a Ucrânia, a Bielorússia permanece ao lado de Moscovo.
Cazaquistão
Para Putin, o Cazaquistão é "um dos aliados e parceiros estratégicos mais próximos da Rússia". Ele explicou isso em outubro de 2015 durante uma reunião com o movimento juvenil russo "Nashi", que ele fundou. Os laços com o Cazaquistão ficaram evidentes na recente agitação em Almaty no início deste ano. Em apoio ao presidente cazaque Kassim-Jomart Tokayev, Putin enviou tropas e pára-quedistas russos ao país.
China
No início de fevereiro, Rússia e China cerraram fileiras contra o Ocidente, por ocasião duma reunião em Pequim. O tom mudou um pouco agora. Na sessão especial do Conselho de Segurança da ONU, em 22 de fevereiro de 2022, a China não ficou do lado de seu aliado russo, mas pediu a todos os envolvidos que exerçam "moderação".
Arménia
A Armênia está pressegue uma dupla estratégia: por um lado, a ex-república soviética no Cáucaso é economicamente dependente da Rússia e mantém laços estreitos com o Kremlin. Como o Cazaquistão, o país é membro da União Econômica da Eurásia e da Organização de Segurança Coletiva. Cerca de 80% do fornecimento de energia da Armênia está nas mãos da Rússia. Por outro lado a Arménia também pretende manter laços com a União Europeia e também já aderiu ao Conselho da Europa.
Hungria
Na União Europeia, Moscovo não tem aliados no sentido estrito. No entanto, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, é considerado um amigo político de Vladimir Putin. Orban comprou reatores nucleares russos em 2017 e concordou com projetos conjuntos de pesquisa húngaro-russa no espaço. Ele também importou a vacina russa Sputnik, que ainda não foi aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos EMA. Em troca, a Hungria obtém gás russo a um preço preferencial.
Sérvia
O presidente da Sérvia, Aleksandar Vučić, também recebe ajuda de Moscovo para a sua campanha eleitoral De acordo com a imprensa, Moscovo está a dar ao país um grande desconto nos preços do gás até maio. Isso pode influenciar as eleições gerais antecipadas em 3 de abril na Sérvia, a favor de Vučić, afirmam observadores.
Venezuela
Na América Latina o aliado mais próximo de Putin é a Venezuela. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou oficialmente o seu "apoio incondicional" à Rússia em 19 de fevereiro. Os laços de amizade remontam desde os tempos de Hugo Chavez. Ambos os países cooperam também na área do petróleo. Negócios de armamento foram já feitos e conuítinuarão em cima da mesa, dizem os especialistas em matéria da cooperação entre a Venezuela e a Rússia.
Brasil
Putin goza de simpatia também em vários outros países da América Latiana, como mostra a recente visita do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em 15 de fevereiro, em meio ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Bolsonaro prometeu a Putin "um reforço da cooperação económica com a Rússia aos mais diversos níveis e nas mais diversas áreas".
Refúgio na Roménia
Centenas de cidadãos da Ucrânia cruzaram a fronteira que separa o país da Roménia, à procura de refúgio na casa de amigos e familiares.
"Os primeiros dados da Polícia de Fronteira mostras um aumento de várias centenas de pessoas, embora muitas delas tenham a nacionalidade romena, familiares e, inclusive, as suas próprias casas em Suceava", afirmou uma autoridade local à emissora "G4Media".
Kiev pede à Turquia que encerre espaço aéreo
As autoridades ucranianas pediram ao Governo turco que encerre aos russos o seu espaço aéreo e o acesso aos Estreitos do Bósforo e Dardanelos, em resposta ao ataque lançado por Moscovo contra a Ucrânia.
O embaixador ucraniano em Ancara, Vasly Bodnar, pediu apoio à Turquia nestes "tempos difíceis". Também pediu a Ancara que imponha sanções à Rússia e congele os ativos económicos russos.
Ucrânia anuncia morte de 50 soldados russos
O número de mortos nas forças armadas ucranianas subiu para três, todos ao longo da fronteira sul com a Crimeia, anexada por Moscovo, segundo os serviços da Ucrânia, que alegam ter matado 50 soldados russos.
Enquanto a guarda de fronteira denunciou o inicio da invasão russa à Ucrânia durante a noite, com ataques coordenados em várias frentes, no norte, e principalmente no leste do país, com foguetes e helicópteros no setor sul, o Centro de Comunicações Estratégicas e Segurança da Informação da Ucrânia indicou que o exército recuperou a cidade de Shchastia, na região de Lugansk, e abateu 50 soldados russos.
Macron expressa solidariedade
O Presidente francês, Emmanuel Macron, reiterou hoje o apoio e solidariedade da França à Ucrânia transmitindo a posição ao chefe de Estado ucraniano, Volodomir Zelenski, através de um contacto telefónico.
Macron falou hoje com Zelenski, que desreveu a situação e pedido "ações múltiplas" para ajudar o país, "frisando que é necessária "unidade entre os europeus".
Von der Leyen promete "sanções pesadas"
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou novas "sanções pesadas" contra a Rússia após a escalada da ofensiva militar russa na Ucrânia, avisando que o Presidente russo para "não subestimar" a União Europeia (UE).
"Estamos perante um ato de agressão sem precedentes por parte da liderança russa contra um país soberano e independente. O alvo dos russos não é apenas Donbass, o alvo não é apenas a Ucrânia, o alvo é a estabilidade na Europa e toda a ordem internacional de paz e responsabilizaremos o Presidente Putin por isso, pelo que, ainda hoje, apresentaremos um pacote de sanções pesadas e direcionadas aos líderes europeus", anunciou Ursula von der Leyen.
Pelo menos oito mortos e 11 feridos
A Ucrânia relata pelo menos oito mortes e mais de uma dezena de feridos nas primeiras horas da invasão russa ao país, segundo o assessor do Ministério do Interior, Anton Gueraschenko.
"Uma mulher e uma criança ficaram feridas na região de Konopot, onde um carro se incendiou. Na cidade de Podolsk, na região de Odessa, há sete mortos, sete feridos e 19 desaparecidos como resultado do bombardeio. Na cidade de Mariupol, região de Donetsk, há um morto e dois feridos", relatou o responsável.
NATO convoca reunião de emergência
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) vai realizar hoje de manhã uma reunião de "emergência" ao nível dos embaixadores dos países membros para avaliar a invasão da Ucrânia.
O anúncio foi feito pelo porta-voz da NATO, que adiantou que as consequências do ataque serão discutidas na reunião. O secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, está "a acompanhar a situação de perto" e dará "uma conferência de imprensa após a reunião", disse.
Material militar da Crimeia
Kiev afirmou que a Rússia está a trazer para o país equipamento militar da Crimeia, que a Rússia anexou em 2014, à medida que os bombardeamentos continuam na Ucrânia.
Críticas da Alemanha à Rússia
A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, disse no Twitter que o ataque russo à Ucrânia "violou as regras mais elementares da ordem internacional".
"A comunidade mundial não esquecerá o dia de vergonha da Rússia", disse a chefe da diplomacia alemã.
Primeiras baixas e bombardeamentos em toda a Ucrânia
Uma pessoa morreu e outra ficou ferida na cidade de Brovary, segundo um conselheiro do Ministério do Interior ucraniano.
Chegam relatos de bombardeamentos de cidades em todo o país.
Rússia diz que destruiu bases aéreas da Ucrânia
As agências noticiosas russas citam oficiais que dizem que as defesas aéreas da Ucrânia foram "neutralizadas".
"As infraestruturas militares nas bases aéreas do exército ucraniano foram neutralizadas", disse o Ministério da Defesa russo num comunicado..
A declaração acrescenta que os sistemas de defesa aérea de Keiv foram "destruídos".
Os militares ucranianos afirmam ter abatido cinco jatos russos e um helicóptero no leste da Ucrânia. Moscovo negou que os seus aviões tivessem sido abatidos.
Ucrânia pede armas
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, escreveu no Twitter que a comunidade internacional precisa de enviar armas para a Ucrânia e aplicar sanções à Rússia.
Chanceler alemão: "Um dia terrível para a Ucrânia"
O chanceler alemão, Olaf Scholz, já condenou as ações da Rússia, que classifica como "uma violação flagrante do direito internacional" e completamente injustificável. "Este é um dia terrível para a Ucrânia", disse. "A Rússia tem de parar imediatamente esta ação militar", acrescentou.
EUA, Reino Unido e UE prometem responsabilizar Rússia
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que Putin "escolheu um caminho de derramamento de sangue" na Ucrânia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, condenou o ataque da Rússia e prometeu responsabilizar Moscovo.
Presidente da Ucrânia anuncia lei marcial
Na sequência de relatos de explosões em território ucraniano, o Presidente Volodymyr Zelensky anunciou que a Rússia tinha efetuado ataques com mísseis às infra-estruturas e guardas de fronteira ucranianas.
Zelensky acrescentou que iria introduzir a lei marcial em toda a Ucrânia e apelou a todos os cidadãos ucranianos para que fiquem em casa.
EUA acusam Rússia de ataque "injustificado"
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não demorou a reagir. Em comunicado, Joe Biden acusou Vladimir Putin de lançar um ataque "injustificado" contra a Ucrânia e de apostar numa "guerra premeditada" que causará perdas "catastróficas".
"Somente a Rússia é responsável pela morte e destruição que este ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de maneira unida e determinada. O mundo fará com que a Rússia seja responsabilizada", lê-se no comunicado.
O Presidente americano declarou ainda que acompanhará a situação da Casa Branca e que irá reunir-se com os seus homólogos do G7 antes de se dirigir aos americanos para "anunciar novas consequências" contra a Rússia, esta quinta-feira.
Putin anuncia "operação militar"
O Presidente russo anunciou, esta quinta-feira (24.02), uma operação militar na Ucrânia. Num discurso surpresa na televisão russa, Vladimir Putin afirmou que a operação é uma resposta às ameaças de que tem sido alvo por parte da Ucrânia.
"Tomei a decisão de levar a cabo uma operação militar", disse numa declaração por volta das 03:00 (UTC)
Pedido de ajuda dos separatistas
A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agudizou-se na noite desta quarta-feira, quando o Kremlin anunciou que os líderes das autoproclamadas repúblicas separatistas pró-Rússia, no leste da Ucrânia, pediram ajuda ao Presidente russo Vladimir Putin para "repelir a agressão" dos militares ucranianos.
Segundo o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, citado pelos 'media' estatais da Rússia, as duas regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, cuja independência Moscovo reconheceu esta semana, "solicitaram ajuda do Presidente da Rússia para repelir a agressão das forças armadas ucranianas".
Ucrânia pede reunião de emergência
A Ucrânia pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que seria a segunda esta semana. O anúncio foi feito no Twitter pelo ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba.
Entretanto, na madrugada desta quinta-feira (24.02), o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky fez saber que tentou contactar Vladimir Putin por telefone, mas que este não atendeu. "Tomei hoje a iniciativa de ter uma conversa por telefone com o Presidente da Federação Russa. Resultado: silêncio", disse Zelensky.
O Presidente ucraniano fez um emocionado apelo ao público russo. "Mais de 200.000 soldados e milhares de veículos de combate estão junto à fronteira ucraniana – a vossa liderança aprovou a deslocação destes meios para o território de outro país. Este passo pode ser o início de uma grande guerra no continente europe. (...) Será que os russos querem guerra? A resposta depende de vós, cidadãos da Federação Russa", disse.
Zelensky voltou a rejeitar as acusações de Moscovo de que Kiev está a preparar um ataque às regiões separatistas. "O que devo bombardear? Donetsk, onde já estive dezenas de vezes?", questionou o Presidente ucraniano, reafirmando que a Ucrânia é completamente diferente do país retratado nos meios de comunicação russos e que os ucranianos não desistirão do seu país.
"Mas se formos atacados, se enfrentarmos uma tentativa de nos tirarem o nosso país, a nossa liberdade, as nossas vidas e a vida de nossos filhos, vamo-nos defender. Quando nos atacarem, verão os nossos rostos, não as nossas costas", assegurou.
Perante o agravamento da situação no leste do país, o Parlamento ucraniano já havia aprovado, esta quarta-feira, a instauração do estado de emergência no país, proposto pelo Presidente Volodymyr Zelensky. A medida entra em vigor esta quinta-feira.
5 milhões de deslocados
O Ocidente acusa Vladimir Putin de quebrar os Acordos de Minsk, assinados por Kiev e pelos separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk, sob a égide da Alemanha, França e Rússia. A guerra no Donbass já provocou mais de 14.000 mortos e 1,5 milhões de deslocados desde 2014. Mas os números podem agravar-se.
Em declarações, esta quarta-feira, num debate da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a situação dos "territórios ucranianos temporariamente ocupados", a embaixadora norte-americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, afirmou que cerca de cinco milhões de pessoas poderão ser forçadas a sair de suas casas caso a Rússia "continue neste caminho" de "guerra".
Além disso, segundo a diplomata norte-americana, as ações da Rússia podem causar um aumento nos preços dos alimentos em países em desenvolvimento e intensificar ainda mais a fome em lugares como Líbia, Iémen e Líbano, uma vez que a Ucrânia é um dos maiores fornecedores de trigo do mundo. "As ondas gigantes de sofrimento que esta guerra causará são inimagináveis", frisou a norte-americana.
Mais sanções
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, manifestou, esta quarta-feira, ao chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, a disponibilidade dos Estados Unidos de imporem "sanções adicionais poderosas" à Rússia, caso esta avance com uma invasão da Ucrânia.
Após as sanções económicas impostas na terça-feira contra dois bancos, à dívida soberana e a membros da elite russa, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou esta quarta-feira sanções contra empresas que participaram na construção do gasoduto Nord Stream 2, que pretende transportar gás russo para a Alemanha.
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