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PolíticaSão Tomé e Príncipe

São Tomé: Campanha eleitoral arranca com apelos à paz

Ramusel Graça
9 de setembro de 2022

Já arrancou em São Tomé e Príncipe a campanha eleitoral para as eleições legislativas, autárquicas e regional de 25 de setembro. A comissão eleitoral pede aos partidos que não adotem mensagens de incitação ao ódio.

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Cartazes da ADI, de Patrice Trovoada, inundam as ruas da capital
Cartazes da ADI, de Patrice Trovoada, inundam as ruas da capital Foto: Ramusel Graça/DW

As eleições são já daqui a duas semanas, altura em que  123 mil eleitores são-tomenses são chamados às urnas para eleger o décimo oitavo governo constitucional de São Tomé e Príncipe.

A Comissão Eleitoral Nacional (CNE) de São Tomé e Príncipe ultima os preparativos para o dia da votação. Os sorteios de tempo de antena foram realizados.

O presidente da CNE, José Carlos Barreiro, pede serenidade às forças concorrentes para que a campanha eleitoral e votação possam decorrer num clima de paz.

"Aos indecisos, para que vocês possam ganhar, têm de apresentar o vosso programa concreto, para que sejam governo para governar o país - o que vocês vão fazer concretamente para o desenvolvimento do país", afirmou.

CNE pede aos partidos que não adotem mensagens de incitação ao ódio
CNE pede aos partidos que não adotem mensagens de incitação ao ódioFoto: Ramusel Graça/DW

As eleições mais concorridas de sempre

Onze formações políticas disputam estas eleições, as mais concorridas de sempre. "O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD) está preparado para fazer o seu percurso natural normal, é um partido tradicional do arco do poder, vamos tudo fazer e temos a certa que no dia 25 de setembro teremos bons resultados.", diz Danilo Santos, mandatário do MLSTP-PSD, partido da independência.

Cartazes gigantes com a mensagem "Estou pronto" e a figura de Patrice Trovoada inundam as ruas da capital São Tomé e nos distritos. A Ação Democrática Independente (ADI), de Trovoada, foi o partido mais votado nas eleições de 2018, mas não conseguiu formar governo.

Desta vez, luta na máxima força, segundo diz Elísio Teixeira, mandatário da ADI: "É um partido com penetração no terreno, habituado ao poder. Logo, as nossas linhas estão traçadas. Vamos aprimorá-las e avançar no processo."

O movimento político Basta! congrega dissidentes de várias forças políticas e disputa estas eleições com o PCD. Conta com o apoio do presidente da Assembleia, Delfim Neves. Segundo o seu mandatário, Hamilton Vaz, é uma força séria a ter em conta nesta votação.

ONU apoia a realização de eleições livres e transparentes
ONU apoia a realização de eleições livres e transparentesFoto: Ramusel Graça/DW

Deficientes querem evitar compra de votos

Na contagem decrescente para o dia das eleições em São Tomé e Príncipe, a Associação dos Deficientes Físicos percorre o país, para fazer o levantamento das pessoas portadoras de deficiência com dificuldades e sem meios para votar. 

A associação quer evitar a compra de votos, pela incapacidade física desses eleitores, denuncia Arlindo Xissano, presidente da organização. "Candidatos políticos pagam à família para deixar que levem os deficientes acamados para votar e cobram a troca na estrada. Isto é comprar consciências", critica.

Ao todo, existem sete mil adultos portadores de deficiência em todo o país. Noutras eleições, as longas filas de espera têm feito com  que muitas pessoas desistam de votar, conta Mardina Pinto.

"Na eleição passada fui obrigada a estar na fila, fui às 7:00 e regressei às 11:00, porque as pessoas dizem que quem veio tem de esperar, mesmo sendo deficiente. Os albinos não podem estar ao sol", lembra.

As Nações Unidas apoiam a realização de eleições livres e transparentes e trabalham para aumentar o número de deficientes físicos que possam votar este ano.