SADC confirma prorrogação da missão militar em Cabo Delgado
12 de janeiro de 2022A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), reunida na capital do Malawi, prorrogou, esta quarta-feira (12.01), o mandato das tropas que se encontram em Moçambique para combater o terrorismo na região de Cabo Delgado.
"A cimeira aprovou o quadro de apoio à República de Moçambique no combate ao terrorismo que delineia, entre outras, ações para consolidação da paz, segurança e recuperação socioeconómica da província de Cabo Delgado", refere a nota emitida a partir de Lilongwe, embora sem avançar detalhes específicos sobre o prazo da permanência das forças estrangeiras em Moçambique.
No total, a prorrogação foi aprovada por cinco chefes de Estado, quatro vice-presidentes e cinco membros do Governo de países-membros da região, numa cimeira presidida pelo chefe de Estado do Malawi, Lazarus Chakwera, atualmente presidente em exercício da SADC.
"A cimeira notou progressos alcançados desde a implementação da missão da SADC em Moçambique e alargou o seu mandato, o que tem implicações orçamentais", frisa o documento, sem, no entanto, avançar os custos das operações.
Os chefes de Estado da SADC aproveitaram para endereçar condolências às famílias dos soldados dos países-membros abatidos durante as operações militares em Cabo Delgado, destacando o compromisso da organização para com a estabilidade regional.
Por outro lado, acrescenta o documento, os líderes regionais encorajaram Moçambique a prosseguir com o plano de realizar uma conferência internacional para apoiar a reconstrução das zonas afetadas pela insurgência em Cabo Delgado.
"A cimeira reconheceu a expressão de gratidão à SADC do Governo da República de Moçambique pela continuação do apoio regional face aos atos de terrorismo e extremismo violento em alguns distritos da província de Cabo Delgado, apesar dos recursos limitados e os desafios atuais impostos pela pandemia", acrescenta a nota.
A decisão da extensão da missão militar em Cabo Delgado foi confirmada na cimera desta quarta-feira, depois de, na terça-feira (12.01), numa reunião extraordinária da "troika" de Cooperação nas Áreas de Política e Defesa da SADC, o seu presidente, Cyril Ramaphosa, a ter defendido:
"Devemos todos estar cientes da necessidade de continuar a combater o terrorismo em Moçambique, um país irmão", afirmou Ramaphosa.
Originalmente, a missão estava prevista para durar três meses, mas chegou a ser alargada em outubro passado.
*Atualização às 18:20 horas locais na Alemanha