Sasol "não cumpre" responsabilidades sociais em Inhambane
21 de abril de 2017As promessas feitas pela Sasol em 2004, ano em que começou a explorar gás natural no sul de Moçambique, não estão a ser cumpridas - a denúncia é feita por moradores de comunidades da província de Inhambane. O Governo local diz que vai contactar a empresa. A direção da Sasol, no entanto, desdramatiza a sitação.
Os moradores dos distritos de Vilanculo, Inhassoro, Govuro e Funhalouro queixam-se de que, entre outras coisas, a empresa sul-africana não está a construir sala de aulas, mercados e furos de água, conforme prometido.
Pedro Manuel, residente no distrito de Govuro, diz que não conhece ninguém que tenha sido beneficiado pela empresa. "Ainda não ouvi falar de zonas em tenha sido instalado um [furo de] água ou que a Sasol já distribuiu alguma coisa", denuncia. O residente de Govuro acrescenta que a multinacional não está a apoiar os idosos vulneráveis, que deveriam ser um setor da comunidade a ser beneficiado pela Sasol.
Obras paradas
Na sede do posto administrativo de Pande, no distrito de Inhansoro, os moradores afirmam que a Sasol começou a construir salas de aula e a abrir um furo de água. Mas as obras nunca foram terminadas, conta Domingos Matsombe.
"Colocaram uma fonte de água manual, não montaram, deixaram e foi roubada. Pede-se a sua excelência [o governador] para recordar à Sasol porque está a explorar os nossos recursos", apela o residente de Pande.
Perante estas reclamações, o governador de Inhambane, Daniel Chapo, prometeu, num comício popular no início desta semana, trabalhar com os gestores da Sasol para encontrar uma solução.
"É dever da Sasol assistir às comunidades locais onde eles atuam", afirmou o governador.
Sul-africana minimiza denúncias
A diretora da área de responsabilidade social na Sasol, Laila Chemane, desdramatiza a situação, mas não avança soluções nem o motivo para o não o cumprimento das promessas.
Sobre a interrupção na construção de salas de aula na região, a diretora explica: "Por causa do número crescente de alunos, o Governo na altura pediu que fizéssemos salas anexas à Escola Secundária de Doane [Inhassoro]". Laila Chemane acrescenta que "na altura em que nos foi pedida a construção, foi na perspetiva para acomodar o número dos estudantes que estava a crescer".