Saída da SAMIM: Governo diz que a situação é "diferente"
26 de março de 2024"A situação em que nós nos encontramos agora é muito diferente daquela em que nós estávamos quando esta força veio a Moçambique. A situação atual já justifica que se acione a sua retirada", declarou Filimão Suaze, porta-voz do Governo moçambicano, momentos após uma reunião do órgão em Maputo.
A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação moçambicana anunciou, no sábado, que as tropas da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) vão abandonar o país devido a limitações financeiras.
"A SAMIM está a enfrentar alguns problemas financeiros e nós [Moçambique] também temos de tomar conta das nossas tropas e teríamos dificuldades em pagar pela SAMIM. Os países não estão a conseguir colocar o dinheiro necessário", declarou Verónica Macamo.
Possibilidade de retorno
Segundo o porta-voz do Governo, a retirada da tropa da SADC esteve sempre na mesa e nada impede o Governo de voltar a solicitar a missão, caso julgue necessário.
"Estas missões sempre têm um prazo, para o início e para o seu término [...]. Esperamos que todos os pressupostos sejam observados para, até ao final de julho, esta força tenha regressado, nada obstando que, entendendo haver necessidade de seu regresso a Moçambique, assim o seja", acrescentou Filimão Suaze.
A missão da SADC em Moçambique (SAMIM) está em Cabo Delgado desde meados de 2021 e, em agosto de 2023, a SADC aprovou a prorrogação da missão da SAMIM por mais 12 meses, até julho de 2024, prevendo um plano de retirada progressiva das forças dos oito países da região que a integram.
A SAMIM compreende tropas de oito países contribuintes da SADC, nomeadamente Angola, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Maláui, África do Sul, República Unida da Tanzânia e Zâmbia, "trabalhando em colaboração com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique e outras tropas destacadas para Cabo Delgado".