Senado dos EUA absolve Trump no processo de destituição
6 de fevereiro de 2020O Senado dos Estados Unidos absolveu, esta quarta-feira (05.02), o Presidente Donald Trump das acusações de abuso de poder e obstrução ao Congresso - os dois artigos que sustentavam o processo de destituição do chefe de Estado republicano, no escândalo envolvendo o Governo da Ucrânia.
Os 100 senadores votaram separadamente os dois artigos que suportavam a destituição de Donald Trump. No primeiro artigo, que o acusava de abuso de poder, 52 senadores votaram "inocente" e 48 votaram "culpado", absolvendo o Presidente norte-americano neste artigo. Apenas o senador republicano pelo estado do Utah Mitt Romney votou a favor da destituição de Donald Trump neste artigo.
Já em relação ao segundo artigo, referente à obstrução ao Congresso por Trump, os 53 senadores republicanos votaram "inocente", enquanto a totalidade dos democratas (47) votaram "culpado".
Acusação
O caso foi aberto em setembro depois que os democratas acusaram Trump de abuso de poder. Segundo a acusação, Donald Trump pressionou o Governo da Ucrânia a investigar a atividade da família do seu rival democrata, o ex-vice-Presidente Joe Biden. Trump também foi acusado de barrar esforços dos parlamentares americanos para investigar a sua conduta.
A maioria republicana no Senado foi suficiente para garantir a absolvição do Presidente, depois de quase duas semanas de discussão à volta dos dois artigos que foram aprovados em dezembro pela maioria democrata na Câmara dos Representantes.
Num comunicado, a Casa Branca comemorou o resultado e afirmou que o processo conduzido pelos democratas era "corrupto" e "baseado numa série de mentiras" para reverter os resultados das eleições de 2016 e interferir no pleito deste ano.
Futuro político
Após a absolvição do Presidente, o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, afirmou que o futuro político de Trump agora depende dos eleitores do país.
"É hora de seguir em frente. A decisão foi feita. O processo [de destituição] já ficou para trás e as consequências disso em termos de futuro são de responsabilidade dos eleitores do país", disse McConnell.
Por seu turno, o líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer, admitiu: "Sempre soubemos que era uma luta difícil. Ninguém tinha ilusões de que o Presidente seria condenado. Mas fizemos a luta pela verdade e lutamos pelos factos".
A presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, criticou a absolvição de Trump pelo Senado e disse que o Presidente continua a ser "uma ameaça para a democracia norte-americana”.
Antecipando declarações de Trump, Pelosi rejeitou num comunicado que a votação dos senadores corresponda a uma absolvição do Presidente norte-americano, considerando que "não houve julgamento". A democrata acusou a maioria republicana do Senado de suprimir provas e rejeitar testemunhas no processo.