Senegal "aberto a todo tipo de investimento estrangeiro"
1 de novembro de 2018A reunião "G20 Compact with Africa", sobre investimentos no continente africano, que teve lugar esta semana em Berlim, capital da Alemanha, reuniu vários representantes de organizações financeiras internacionais - como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) - e também os Presidentes de 11 países africanos: Benim, Costa do Marfim, Egito, Etiópia, Gana, Guiné, Marrocos, Ruanda, Togo, Tunísia e Senegal.
Em entrevista exclusiva à DW África, o Presidente do Senegal, Macky Sall, falou sobre a cooperação económica do seu país com os países industrializados, destacando, neste contexto, o papel da Alemanha.
"O Senegal é hoje um país aberto a todo o tipo de investimento estrangeiro. E, claro, estamos também presentes na Alemanha, um país que oferece algumas vantagens significativas: Um tecido empresarial muito diversificado, com muitas pequenas e médias empresas muito dinâmicas, mas também com uma altíssima qualidade nos seus serviços," disse o Presidente senegalês.
"Claro que existe a barreira da língua, mas ela tem sido significativamente reduzida por meio dos contatos bilaterais. Eu convido as empresas alemãs a virem ao Senegal, que é um país aberto que atravessa uma fase de pleno crescimento económico," acrescentou Sall.
Perguntado sobre quais os setores económicos poderão interessar os investidores estrangeiros que queiram investir no Senegal. O chefe de Estado disse que as infraestruturas continuam a ser uma prioridade, mas abriu também outras possibilidades.
"O setor da agricultura e da agro-indústria. O setor da formação profissional é também essencial. Mas também o turismo e outros serviços - como os transportes, a energia e o saneamento básico. Estamos perante um leque de setores, onde precisamos de cooperação," revelou.
Macky Sall acrescentou, no entanto, a necessidade de que "o Governo alemão acompanhe a evolução e disponibilize financiamento para que as empresas possam investir. O financiamento é a única condição".
"Nós estamos completamente abertos e muito contentes de participar nesta reunião de Berlim," afirmou o Presidente senegalês.
Resposta às críticas
Alguns especialistas em política de desenvolvimento, presentes na cimeira de Berlim, acusaram os dirigentes políticos - tanto africanos como de países industrializados - de muitas vezes não respeitarem os padrões ecológicos e sociais dando demasiada atenção a megaprojetos, que não beneficiam as populações locais.
Por outro lado, os dirigentes africanos são frequentemente acusados de não terem em conta os interesses dos investidores nacionais, privilegiando os grandes grupos empresariais estrangeiros. Macky Sall não aceita essas críticas.
O líder senegalês riu e disparou: "São acusações ridículas".
"Hoje em dia, é fácil as pessoas se esconderem atrás deste tipo de reivindicações. Afirmar que estamos a dar tudo aos estrangeiros é demasiado fácil. Quero dizer com isto que não podemos viver isolados, não nos podemos isolar do mundo," defendeu.
"O nosso setor privado está consciente do fato e bastante empenhado em fazer face à concorrência. Os que querem trabalhar e competir têm essa possibilidade. De todos os projetos que constam do nosso denominado 'Plano Senegal Emergente' (PSE), entre 60% e 70% dos concursos públicos foram ganhos por empresas senegalesas," finalizou.