Sessão de julgamento dos 17 ativistas angolanos foi adiada
25 de janeiro de 2016Esta é já a segunda vez que a audiência é adiada por causa da ausência dos declarantes, desde que o tribunal concluiu com os interrogatórios aos 17 jovens ativistas angolanos.
Nenhum dos 15 ativistas que se encontram em prisão domiciliária acusados de atos preparatórios de rebelião e atentado contra o Presidente da República marcaram presença na audiência, onde estavam previstos os interrogatórios a algumas personalidades que têm os nomes na lista do projetado "Governo de Salvação Nacional". Somente os advogados, as arguidas Laurinda Gouveia e Rosa Conde e alguns familiares estiveram presentes.
Desde o dia 11 de janeiro realizaram-se apenas três sessões do julgamento, no entanto, duas delas foram suspensas. Assim, entre os cidadãos constituídos arguidos e declarantes no processo 15+2, somente dois foram ouvidos. Tratam-se do padre Pio Wacussanga, que esclareceu as razões do seu nome estar na lista do projetado "Governo de Salvação Nacional", onde é proposto como presidente da Comissão Nacional eleitoral. O outro foi Pedro João António, oficial do serviço de investigação criminal que chefiou a equipa que prendeu no bairro vila Alice, 13 dos 17 ativistas que no momento preparavam os seus debates.
Advogados de defesa pedem dispensa do "Governo de Salvação Nacional"
Em declarações à imprensa, um dos advogados dos ativistas, Miguel Francisco "Michel", disse que o tribunal anunciou por intermédio de um oficial de justiça que a audiência vai ser recomeçada nesta terça-feira (26.01): "Infelizmente não há julgamento porque os declarantes não apareceram outra vez. Sei que foram requisitados agora. Se não foram requisitados a tempo não posso confirmar porque sou advogado e os jornalistas devem perguntar isso ao tribunal".
Entretanto, em declarações à agência de notícias Lusa, os advogados de defesa "Michel" Francisco e Luís Nascimento confirmaram que vão apresentar um requerimento em tribunal, pedindo a dispensa da audição dos membros indicados para um alegado "Governo de Salvação Nacional", tendo em conta os atrasos do processo: "queremos apresentar um requerimento nesse sentido. Dispensar os restantes para não tornar o processo ainda mais moroso, e ouvir o autor desta lista para se esclarecer em definitivo esta parte, e que mais ninguém tinha nada a ver com isto, afirmou "Michel".Por seu turno, Luís Nascimento rematou ao afirmar que: "se não for assim, andamos aqui a perder tempo neste processo, quando temos pessoas privadas da liberdade. Parece que querem levar este julgamento até 2017, ano de eleições".
O advogado "Michel" admite ainda que desconhece os nomes e o número dos declarantes que poderiam ser ouvidos esta segunda-feira (25.01) na 14.ª Secção dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda, mas assegura que o julgamento vai mesmo recomeçar já nesta terça-feira (26.01).