Siemens vai modernizar Corredor de Nacala em Moçambique
8 de novembro de 2013
A maior linha de circulação de mercadorias da África Oriental terá um novo sistema de controle e instalação. O objetivo é que o transporte de carvão seja ampliado nos mais de 900 km de ferrovia entre as minas de Moatize, na província de Tete, e as instalações portuárias na costa moçambicana.
As obras foram encomendadas à alemã Siemens pelo consórcio Corredor Logístico Integrado de Nacala. De acordo com a empresa, os ataques gerados pelo conflito entre a RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana) e a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) não vão afetar o projeto.“Há certas zonas em que os caminhões com os equipamentos passam por uma coluna militar. O que vamos fazer basicamente é tentar arranjar rotas que, de uma forma ou de outra, evitem os focos de maior agitação”, afirma Rui Marques, gerente da filial da Siemens em Maputo.
Os ataques armados em estradas próximas da via que une Ximoio à Beira estão distantes da zona de circulação dos caminhões que transportam carvão para a província de Sofala, segundo o professor catedrático João Mosca, do Observatório do Meio Rural de Maputo. “Em Nacala, Tete e Beira, ainda não houve casos de ataques às linhas de ferro. Os comboios estão circulando com normalidade”.Rota de carvão
O projeto orçado em 70 milhões de euros também prevê a construção de um porto marítimo, um aeroporto e ligações ferroviárias que devem entrar em funcionamento em 2015. De acordo com a Siemens, a tecnologia de sinalização e telecomunicações vai aumentar a segurança na linha e diminuir os intervalos entre os comboios. “Vai permitir que o movimento seja controlado. Isso vai aumentar a capacidade de transporte de carvão e também evitar acidentes”, diz Rui Marques.
Como parte do projeto, a Siemens irá instalar equipamentos de alta de tensão para o fornecimento e distribuição de energia no porto de águas profundas de Nacala-Velha. Nessa obra, serão investidos 56 milhões de euros.