Países europeus aliam-se para reforçar defesa aérea
13 de outubro de 2022O anúncio foi feito esta quinta-feira (13.10), em Bruxelas, à margem da reunião dos ministros da Defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). A Alemanha e mais 14 aliados europeus concordaram em comprar em conjunto sistemas de defesa aérea.
Trata-se da iniciativa europeia "Sky Shield", anunciada em agosto pelo chanceler alemão Olaf Scholz, que visa a compra dos avançados sistemas de defesa Patriot e IRIS-T, avançou a ministra da Defesa da Alemanha, Christine Lambrecht.
O grupo está também de olho na potencial aquisição do sistema Arrow 3, com tecnologia israelita e norte-americana, disse Lambrecht.
"Estes são tempos ameaçadores e desafiantes", alertou Lambrecht após a assinatura de uma "carta de intenções" à margem da reunião da NATO em Bruxelas.
Os signatários incluem a Bélgica, Bulgária, República Checa, Finlândia, Hungria, Letónia, Holanda, Noruega, Roménia, Eslováquia e Eslovénia, juntamente com o Reino Unido, Lituânia, Roménia e Estónia, de acordo com os diplomatas.
Defesa aérea da Europa
A iniciativa para um sistema europeu de defesa aérea surge numa altura em que a Rússia continua a bombardear a Ucrânia, após quase oito meses de guerra.
Os aliados da NATO tentam encaminhar mais sistemas de defesa aérea para a Ucrânia, mas admitiram que têm poucos sistemas avançados ao dispor.
As novas unidades a serem adquiridas ao abrigo do programa alemão destinam-se a ajudar a proteger os céus dos países da NATO e, segundo os signatários do plano, não deverão ser entregues a Kiev.
Programa "crucial"
O secretário-geral Adjunto da NATO, Mircea Geoana, afirmou que o programa de defesa aérea europeu "é ainda mais crucial hoje em dia, uma vez que assistimos aos ataques implacáveis e indiscriminados de mísseis pela Rússia na Ucrânia, matando civis e destruindo infraestruturas importantes".
"Os novos recursos, totalmente interoperáveis e perfeitamente integrados na defesa aérea e antimísseis da NATO, aumentariam significativamente a nossa capacidade de defender a aliança de todas as ameaças aéreas e antimísseis", afirmou.
Ao apresentar o programa, em agosto, o chanceler alemão Olaf Scholz disse que a iniciativa seria "um ganho de segurança para toda a Europa".
Na ocasião, Scholz argumentou que a defesa aérea conjunta provaria ser mais rentável do que se cada país construísse os seus próprios sistemas de defesa aérea.