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Sob pressão, Grace Mugabe evita aparecer em público

AFP | AP | Reuters | cvt
19 de agosto de 2017

África do Sul ainda não decidiu se irá conceder imunidade diplomática à primeira-dama do Zimbabué, disse o Governo no sábado. Manifestantes protestaram em Pretória. Grace não foi vista depois de ser acusada de agressão.

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Simbabwe Grace Mugabe Präsidentingattin
A primeira-dama do Zimbabué, Grace MugaeFoto: Getty Images/AFP/J. Njikizana

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da África do Sul, Nelson Kgwete, disse em uma mensagem de texto enviada à agência de notícias Associated Press, este sábado (19.08), que a África do Sul ainda estava considerando o pedido de imunidade diplomática solicitado pela primeira-dama do Zimbabué, Grace Mugabe - acusada de agredir uma modelo de 20 anos com um cabo de extensão elétrica, no fim de semana passado. "A decisão ainda não foi tomada", disse Kgwete.

A polícia sul-africana emitiu um "alerta vermelho" nas fronteiras para certificar-se de que Grace Mugabe não deixe o país sem ser detectada. Um mandado de prisão também está a ser considerado. A polícia diz ainda que a investigação está completa, mas precisa de uma decisão do Governo sobre o pedido de imunidade.

Também este sábado, alguns manifestantes protestaram, em Pretoria, contra o Presidente Robert Mugabe e sua esposa, dizendo que ela deveria ser processada.

A polícia sul-africana disse que Grace era esperada na reunião de dois dias da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que teve início este sábado, mas primeira-dama do Zimbabué não compareceu ao evento, na capital da África do Sul. Robert Mugabe, no entanto, participou.

A esposa do Presidente Mugabe não foi vista desde que foi acusada de agressão.

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Vista parcial de Pretória, capital da África do SulFoto: picture alliance/augenklick

Falta de informação

Nem o Ministério das Relações Exteriores da África do Sul, nem a polícia disseram onde a primeira-dama do Zimbábue está, depois de ter sido divulgado que dois aviões estavam impedidos de deixar Joanesburgo e Harare, respectivamente.

Uma das aeronaves, de propriedade da Air Zimbabwe, a empresa usada regularmente pelo Presidente Mugabe, e outra da South African Airways (SAA).

O primeiro vôo não pôde decolar, na noite de sexta-feira (18.09) , do Aeroporto Internacional de Joanesburgo - pois faltava uma "permissão internacional para operar", de acordo com a autoridade da aviação civil da África do Sul.

O mesmo regulamento afetou a companhia aérea sul-africana, cujo vôo SA025 deveria deixar Harare na manhã deste sábado, mas foi mantido em solo antes de ser cancelado.

"Em mais de 20 anos de operações no Zimbabué, esta é a primeira vez que nos pedem este documento", disse o porta-voz da SAA, Tlali Tlali, à agência AFP.

Afrika Kuss und Küsse
O Presidente e a primeira-dama do ZimbabuéFoto: Getty Images/AFP/J. Njikizana

Imunidade diplomática
A esposa de Mugabe reivindicou imunidade diplomática, depois de alegadamente agredir Gabriella Engels, há quase uma semana.
"Estamos aguardando o resultado da solicitação", disse um porta-voz da polícia.

Willie Spies, um dos advogados de Engels, disse que, se a imunidade diplomática fosse concedida, considerariam levar um pedido judicial urgente para interromper a decisão.

Grace Mugabe estava na África do Sul supostamente para tratar seu tornozelo, segundo informações de um jornal do Governo do Zimbabué. Mas ela teria dito à polícia que viajou ao país para participar da cimeira da SADC.

O Presidente Mugabe viajou para a África do Sul na quarta-feira (16.08). Um dia antes, Grace Mugabe falhou em participar em uma reunião acordada com a polícia sul-africana sobre o suposto ataque. Ela não foi vista desde o incidente – considerado uma dor de cabeça diplomática para a África do Sul e o Zimbábue, vizinhos com fortes laços políticos e econômicos.

Grace Mugabe regularmente fala em manifestações no Zimbábue e é vista como uma potencial sucessora de seu marido, cada vez mais frágil.