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Sobe para 15 número de mortos em protestos no Senegal

AP | AFP | tm
3 de junho de 2023

Mais seis pessoas morreram em confrontos entre a polícia e apoiantes da oposição no Senegal, elevando o número de mortos para 15, informou o governo neste sábado, numa altura em que as tensões permanecem elevadas.

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Senegal Dakar | schwere Ausschreitungen nach Verhaftung von Ousmane Sonko
Foto: JOHN WESSELS/AFP

O número de pessoas mortas em confrontos entre a polícia senegalesa e os apoiantes do líder da oposição Ousmane Sonko subiu para 15, incluindo dois agentes de segurança, informou o governo neste sábado (03.06).

Os confrontos prosseguiram em zonas da cidade na sexta-feira à noite, quando manifestantes atiraram pedras, queimaram carros e danificaram supermercados. A polícia disparou gás lacrimogéneo e o governo enviou os militares em tanques.

Sonko foi condenado na última quinta-feira por aliciamento de menores, tendo sido absolvido das acusações de violação a uma mulher que trabalhava num salão de massagens e de tê-la ameaçado de morte.

O opositor, que não compareceu ao seu julgamento, em Dakar, foi condenado a dois anos de prisão. O seu advogado disse que ainda não tinha sido emitido um mandado de captura.

Ousmane Sonko é popular entre os jovens no Senegal
Ousmane Sonko é popular entre os jovens no SenegalFoto: Fatma Esma Arslan/AA/picture alliance

Popular entre jovens

Em terceiro lugar nas eleições presidenciais de 2019 no Senegal, Ousmane Sonko é popular entre os jovens do país. Os seus apoiantes afirmam que os seus problemas com a justiça fazem parte de um esforço governamental para impedir a sua candidatura às eleições presidenciais de 2024.

Sonko é considerado o principal concorrente do Presidente Macky Sall e tem instado esse último a declarar publicamente que não procurará um terceiro mandato

A comunidade internacional apelou ao governo senegalês para que resolvesse as tensões. O ministério francês dos Negócios Estrangeiros declarou estar "extremamente preocupado com a violência" e apelou a uma resolução da crise, em conformidade com a longa tradição democrática do Senegal.

Os grupos de defesa dos direitos humanos condenaram a repressão governamental, que incluiu detenções arbitrárias e restrições aos meios de comunicação social. Alguns alguns sítios das redes sociais utilizados pelos manifestantes para incitar à violência, como o Facebook, WhatsApp e Twitter foram suspensos durante quase dois dias.

Os senegaleses estão a culpar o governo pela violência e pela perda de vidas.

Senegal Dakar | schwere Ausschreitungen nach Verhaftung von Ousmane Sonko
Uma criança observa os carros vandalizados na capital do Senegal, Dacar, em confrontos que surgiram após a detenção de Ousmane SonkoFoto: JOHN WESSELS/AFP

Condenação

Sonko foi condenado por "aliciamento de menores", o que inclui usar a posição de poder para ter relações sexuais com pessoas com menos de 21 anos, o que é uma infracção penal no Senegal, punível com até cinco anos de prisão e uma multa de até 6 mil dólares (cerca de 5.590 euros). 

De acordo com a lei senegalesa, a condenação de Sonko poderia impedi-lo de concorrer nas eleições do próximo ano, disse Bamba Cisse, outro advogado de defesa.

No entanto, o governo disse que Sonko poderia pedir um novo julgamento uma vez que estivesse preso. Não é claro quando é que ele será detido. Entretanto, desde o veredicto, não se sabe onde Sonko está.

Analistas dizem que se a violência continuar, poderá ameaçar as instituições do país. "Nunca, nos seus piores momentos, os senegaleses teriam pensado em assistir às formas de violência apocalípticas e irracionais", disse Alioune Tine, fundador do Centro Afrikajom, um grupo de reflexão da África Ocidental.

"O sentimento mais partilhado sobre a situação actual é o medo, o stress, exaustão e impotência. Por isso, o que as pessoas estão agora a procurar é a paz", afirmou.

O país da África Ocidental tem sido visto como um bastião da estabilidade democrática na região. Porém, numa declaração ontem, o partido de Sonko, Patriotas do Senegal para o Trabalho, a Ética e a Fraternidade (PASTEF), apelou aos senegaleses para a "ampliar e intensificar a resistência constitucional" até que o Presidente Sall abandone o cargo.

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