Dezenas de mortos em explosão de carro-bomba em Mogadíscio
28 de dezembro de 2019Pelo menos 92 pessoas morreram e 128 ficaram feridas, vítimas da explosão de um carro num posto de controlo de estrada em Mogadíscio, capital da Somália, segundo um balanço de fontes médicas.
Estes são os números mais recentes fornecidos à agência EFE pelo médico Nasra Ali, do Hospital Medina, que advertiu para o facto de muitos dos feridos estarem a morrer por falta de sangue.
O atentado ocorreu na manhã deste sábado (28.12), quando um presumível suicida fez rebentar o veículo perto de uma repartição de impostos, num posto de controlo em cujos arredores havia carros patrulha, estudantes e vendedores de um estimulante vegetal.
Era hora de ponta de um dia de trabalho. Portanto, à volta da área em que ocorreu a explosão, havia numerosos carros-patrulha, estudantes e vendedores ambulantes de um estimulante vegetal muito consumido na Somália, disseram diversas testemunhas.
Vítimas
Entre os mortos há dois engenheiros de nacionalidade turca, que no momento da explosão realizavam obras na estrada que une Mogadíscio a Afgoye, e vários estudantes universitários que se encontravam dentro de um miniautocarro a atravessar o cruzamento.
O atentado ocorreu às 08h locais, quando um presumível suicida fez rebentar o veículo perto de uma repartição de impostos, num posto de controlo em cujos arredores havia carros patrulha, estudantes e vendedores de um estimulante vegetal.
As equipas de emergência já estão na zona afetada, de acordo com informações de médicos locais. Até ao momento, nenhum grupo terrorista reivindicou a autoria do sucedido, apesar de o grupo jihadista Al Shabad se ter manifestado contra a construção desta estrada.
Entre os mortos, há dois engenheiros de nacionalidade turca, que no momento da explosão realizavam obras na estrada que une Mogadíscio a Afgoye, e pelo menos 17 estudantes da Universidade de Benadir, um estabelecimento de ensino superior privado, que se encontravam dentro de um miniautocarro a atravessar o cruzamento.
"A nossa ambulância foi a primeira a chegar. Encontrámos corpos espalhados e pessoas feridas. Alguns dos corpos ficaram queimados ainda vivos", disse à EFE Abshir Mohamed Amina, um dos elementos das equipas de socorro que estão no terreno.
As equipas de emergência trabalham na zona afetada, de acordo com informações de médicos locais.
Dezenas de famílias aguardam no exterior dos hospitais Erdogan, Medina e da clínica especializada Kalkaal para saberem do estados dos seus familiares, enquanto o pessoal de saúde pediu à população que doasse sangue.
"A outros pacientes, familiares e até a médicos, enfermeiros e a funcionários do hospital Hospital Erdogan foi pedido que doassem sangue com urgência para ajudar as vítimas. A situação é má", disse o médico Yahye Ismail logo após ter ocorrido o ataque.
"Eles são os nossos inimigos"
"Envio as minhas mais profundas condolências às famílias e amigos que perderam entes queridos", disse o Presidente da Somália, Mohamed Abdulahi Farmajo, numa conferência de imprensa na capital do país.
"É claro que os terroristas não deixarão tranquila uma única pessoa neste país. Eles são nossos inimigos e temos que centrar-nos em eliminá-los", frisou.
Até ao momento, nenhum grupo terrorista reivindicou a autoria do sucedido, apesar de o grupo jihadista Al Shabad se ter manifestado contra a construção desta estrada.
Alvo de ataques
Mogadíscio sofre frequentemente atentados do Al Shabad, organização terrorista que se filiou em 2012 na rede internacional Al Qaeda e que controla parte do centro e sul da Somália, onde aspira a instaurar um Estado islâmico de cariz wahabi (ultraconservador).
Desde 2015, houve 13 ataques na Somália, com 20 ou mais mortos, 11 dos quais em Mogadíscio, de acordo com dados da agência AFP. Todos eles envolveram carros-bomba. O ataque mais mortal da história do país ocorreu em outubro de 2017, em Mogadíscio, e fez 512 mortos e cerca de 295 feridos.
A Somália vive em estado de conflito e caos desde 1991, quando foi derrubado o ditador Mohamed Siad Barré, o que deixou o país sem governo efetivo e nas mãos de milícias islamitas e senhores da guerra, destacou a agência EFE.