Sudão confirma ataques de rebeldes do Sudão do Sul
12 de outubro de 2012O porta-voz do governo sudanês, Hassan Ali Osman, confirmou o ataque, adiantando a gravidade da situação.
“Estão a atacar desde a manhã até ao fim do dia. É um ataque de guerrilha, atacam e fogem. Mas estou certo que o exército sudanês vai conseguir pará-los”, declarou, na quinta-feira (11.10).
O ataque dos rebeldes do Movimento Popular de Libertação do Sudão (SPLA) a Kadugli parece deitar por terra os recentes acordos entre o Sudão e o Sudão do Sul.
Recorde-se que, a 27.09, Cartum e Juba entenderam-se quanto aacordos de segurança e cooperação - em particular sobre uma zona desmilitarizada ao longo da fronteira comum.
Ataques desde o início da semana
Ainda na segunda-feira (08.10), o SPLA bombardeou Kadugli, tendo causando a morte de sete pessoas, de acordo com os média sudaneses.
Os rebeldes prometem continuar a lutar até libertarem a cidade que dizem estar sob regime ditatorial, anunciou o porta-voz do Movimento, Arun Ngatulu Lodii.
“A luta tem de continuar. Estamos a nos defender. Representamos o nosso povo e defendemos a nossa terra”, disse.
Disputa por mudanças na linha de fronteira
A terra a que Lodii se refere são os estados do Cordofão do Sul e o vizinho estado Nilo Azul, que os rebeldes reclamam ser parte do território do Sudão do Sul e não do Sudão.
Os rebeldes dizem que são pessoas indígenas originárias daqueles dois estados. E prometem libertá-los do regime de Cartum.
Segundo o porta-voz, Arun Ngatulu Lodii, as tropas do Sudão retaliaram os ataques, bombardeando por terra e ar as posições rebeldes.
Lodii contou que o governo sudanês atacou com força as posições do SPLA, “através de artilharia pesada, incluindo mísseis e bombardeamento aéreo”.
Cartum apela ao cessar-fogo.
“Apelamos à União Africana e ao Conselho de Segurança para pressionar o governo do Sudão do Sul a parar os rebeldes do Cordofão do Sul. Pedimos a paz”, disse o porta-voz do governo Hassan Ali Osman.
Segundo observadores, não se sabe se os rebeldes estão na realidade preparados e interessados numa resolução de paz. Queixam-se de que o mundo tem os olhos na Síria e que não têm ninguém do seu lado.
Autores: James Shimanyula/Glória Sousa
Edição: Cristiane Vieira Teixeira/Renate Krieger