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Sudão do Sul: Oposição acusa o Governo de violar cessar-fogo

AP | EFE | tms
24 de dezembro de 2017

Acordo para o fim das hostilidades entre o Governo e os rebeldes entrou em vigor na madrugada deste domingo (24.12), mas a oposição diz ter sido atacada por tropas governamentais. Governo nega as acusações.

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Tropas governamentais estariam a caminho de outro ataque, denuncia a oposição (Foto de Arquivo/2016)Foto: picture alliance/AP Photo/J. Lynch

No Sudão do Sul, o principal grupo rebelde, liderado pelo ex-vice-Presidente Riek Machar, acusou as forças de segurança do Governo de violar o cessar-fogo horas depois de o acordo ter entrado em vigor, este domingo (24.12).

O porta-voz da oposição, Lam Paul Gabriel, disse por meio de um comunicado que as tropas governamentais "bombardearam" bases dos oposicionistas no município de Yei e realizaram um ataque em Koch, na manhã deste domingo.

Ainda segundo Gabriel, as forças do Governo estariam a caminho da cidade de Wau para mais um ataque. "É questão de tempo para que ataquem nossas posições", afirmou.

O porta-voz do Governo do Sudão do Sul, Ateny Wek Ateny, declarou à agência de notícias Associated Press que as forças governamentais só agiriam em legítima defesa. "Como poderíamos violar o cessar-fogo? Isto acabou de entrar em vigor. Só podemos atacar em legítima defesa".

Estas seriam as primeiras violações do cessar-fogo que entrou em vigor nas primeiras horas deste domingo. O Governo e as facções rebeldes concordaram em pôr fim às hostilidades na passada quinta-feira após dias de mediação internacional, em Adis Abeba, na Etiópia.

"Defesa das posições"

Südsudan Juba - Riek Machar, Salva Kiir
Ex-vice-Presidente Riek Macher, e o Presidente Salva Kiir (Foto de Arquivo/2016)Foto: picture-alliance/AP Photo/J. Patinkin

O Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, anunciou oficialmente no sábado (23.12) a cessação das hostilidades em todo o país. Em decreto presidencial divulgado pela televisão estatal, Kiir ordenou que todas as forças governamentais ponham fim às hostilidades e continuem em suas posições. Além disso, pediu ao chefe do Estado-Maior que faça um relatório sobre todas as unidades para que se comprometam com a decisão.

Na sexta-feira, o ex-vice-Presidente e líder da oposição armada sul-sudanesa, Riek Machar, ordenou que suas tropas parassem imediatamente os ataques, segundo o que foi definido em Adis Abeba.

Machar destacou em comunicado que o grupo se comprometia ao que havia sido estipulado e ressaltou que o acordo somente será rompido em caso de "defesa das posições". O acordo foi assinado sob a mediação da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD).

O Sudão do Sul sofre com uma guerra civil desde dezembro de 2013 entre as forças de Kiir, da etnia dinka, e as de Machar, da tribo nuer. Ambas as partes chegaram a um acordo de paz em agosto de 2015, que levou à criação de um Governo de unidade nacional, mas a violência voltou em julho de 2016.

O conflito já deixou milhares de mortos e levou o país à beira da fome, com 7,6 milhões de pessoas necessitadas de ajuda, seis milhões sem acesso a alimentos suficientes e quatro milhões de deslocados.