Sudão reforça presença de militares na fronteira com Etiópia
19 de dezembro de 2020"As Forças Armadas sudanesas continuaram a avançar nas linhas de frente dentro de Al Fashaqa para recuperar as terras roubadas e tomar posições nas linhas internacionais", noticiou a agência de notícias oficial sudanesa Suna, este sábado (19.12), acrescentando que as Forças Armadas enviaram grandes reforços ao longo da fronteira desta região agrícola oriental.
Regularmente ocorrem incidentes com agricultores etíopes que cultivam neste território reivindicado pelo Sudão.
A zona também faz fronteira com a região de Tigray, na Etiópia, onde combates eclodiram no mês passado, fazendo com que mais de 50.000 etíopes que fugiram do conflito atravessassem o Sudão nas últimas semanas.
O chefe do Exército sudanês, general Abdel Fattah al-Burhane, que também preside ao mais alto órgão executivo do país, foi por três dias ao local onde o Exército perdeu quatro soldados, incluindo um oficial, enquanto 27 ficaram feridos, segundo informações divulgadas pelos média sudaneses.
O Sudão, e em particular a região fronteiriça da Etiópia, vive uma grave crise humanitária com a chegada de 50.000 refugiados que fugiram da guerra na região etíope de Tigray, segundo a ONU.
Durante uma visita a Adis Abeba em 13 de dezembro, o primeiro-ministro sudanês Abdallah Hamdok falou com seu homólogo etíope sobre a retomada dos trabalhos de demarcação das fronteiras entre os dois países.
Por sua vez, Addis Abeba fez questão de minimizar a importância da emboscada, dizendo que o incidente não ameaçava as relações entre os dois países.