Suspensão de clubes pela FAF é "muito grave" - João Lourenço
7 de setembro de 2023O Presidente angolano, que foi questionado durante uma visita à província de Malanje, apelou ao bom senso da Federação Angolana de Futebol (FAF), apesar de reconhecer que, se houver clubes prevaricadores, estes devem ser punidos.
"Eu considero que se criou uma situação muito grave, se tivermos em conta que o futebol é, a nível mundial, o desporto das multidões, evidentemente, em Angola não é diferente, em Angola o futebol não é só desporto das multidões, mas é um desporto nacional", destacou.
Para João Lourenço, a situação que se criou é grave, porque ameaça não apenas o campeonato nacional, mas também o próprio futebol angolano. "Deve haver bom senso e se houver a necessidade de se castigar algum prevaricador, que seja feito, mas que isso nunca ponha em jogo a continuidade do campeonato e muito menos que mate o futebol angolano", insistiu.
A Federação Angolana de Futebol (FAF) suspendeu, na sexta-feira (01.09), o Petro de Luanda de toda a atividade desportiva, por dois anos, por alegado envolvimento dos bicampeões angolanos em esquemas de corrupção.
O castigo é aplicado pelo "não cumprimento do dever de colaboração a que está adstrito com a FAF, no âmbito do processo disciplinar instaurado", justificou o organismo em comunicado.
Em causa está um áudio divulgado nas redes sociais no qual o jogador do Petro Márcio Luvambo confirma que o emblema que representa pagou três milhões de kwanzas à Académica do Lobito para vencer o 1.º de Agosto, em jogo da Taça de Angola da época passada.
O Petro de Luanda venceu por 17 vezes o campeonato angolano de futebol, recorde do Girabola, incluindo as últimas duas edições, em ambas já sob o comando do português Alexandre Santos.
Outras punições
O órgão disciplinar na FAF puniu também o Kabuscorp do Palanca com a pena de descida de divisão, para o segundo escalão, também por corrupção, durante o apuramento para o Girabola, suspendendo o presidente do clube, Bento Kangamba, por quatro anos.
O treinador da Académica do Lobito, Agostinho Tramagal, foi castigado com quatro anos de suspensão, numa punição também por corrupção, e também o 1.º de Agosto foi multado, por inobservância dos seus deveres com a FAF.
O jornalista Adolfo Manuel, da Rádio Nacional de Angola, é também visado no comunicado da FAF, por ter alegadamente intermediado o ato de corrupção envolvendo o Kabuscorp e a Académica do Lobito, tendo os autos sido remetidos para as entidades reguladoras da profissão e para a sua entidade patronal.