São Tomé e Príncipe regista primeiros casos de Covid-19
6 de abril de 2020"Das amostras que seguiram para o Gabão, mais concretamente para o laboratório de Franceville, com o apoio da Organização Mundial de Saúde, quatro testes estão considerados positivos", anunciou esta segunda-feira (06.04) o primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus.
As amostras testadas são de 147 passageiros provenientes de países de risco como Portugal, Gana e Camarões. Jorge Bom Jesus explicou que os passageiros infetados vieram de Portugal a 21 de março no voo da STP Airways e terminaram no último fim de semana a quarentena de 15 dias a que estiveram submetidos no quadro do protocolo sanitário de prevenção à doença.
O primeiro-ministro garantiu que as autoridades vão continuar a "seguir de perto" todos os cidadãos que saíram da quarentena, até porque há "orientações do Ministério da Saúde para permanecerem confinados até à próxima segunda-feira". Jorge Bom Jesus assegura que o acompanhamento dos pacientes "tem sido diário".
Testes rápidos a caminho
O arquipélago era até agora o único país de expressão portuguesa sem registo de qualquer caso positivo da doença.
São Tomé e Príncipe está em estado de emergência desde 20 de março. As concentrações públicas foram proibidas, as escolas fecharam e foram suspensos todos os voos comerciais e privados vindos do exterior.
Entretanto, o Governo cancelou ainda "o voo da STP de ligação à ilha do Príncipe" e aguarda "a qualquer momento" a chegada de um avião com cerca de mil testes rápidos, referiu Jorge Bom Jesus.
Medidas do estado de emergência reforçadas
O anúncio de casos positivos acontece depois do "comité de crise" são-tomense ter estabelecido um novo regulamento de funcionamento dos táxis e dos estabelecimentos comerciais e dos dois principais mercados no centro da capital, com medidas restritivas para prevenir a Covid-19. O ministro da Defesa, Óscar Sousa, pretende reforçar o cumprimento dos horários.
"A partir das 18h não vamos permitir que se venda seja o que for", disse.
A Covid-19 surgiu na China em dezembro de 2019 e espalhou-se rapidamente, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declará-la uma pandemia. Ao todo, já há mais de 1,2 milhões de pessoas infetadas em todo o mundo e morreram mais de 70 mil pessoas.