Terroristas deixam Quissanga após duas semanas de ocupação
20 de março de 2024"Nós já estamos a ter acesso de forma gradual, de aldeia em aldeia, para podermos dar conforto à população e também para podermos fazer chegar a ajuda humanitária", disse Valige Tauabo, em declarações aos jornalistas, em Pemba, capital provincial.
Valige Tauabo recordou que a atuação destes grupos passa pelo envolvimento da população, que "serve de escudo", o que condiciona a estratégia da intervenção das Forças de Defesa e Segurança no terreno, no distrito de Quissanga, mas também no Ibo e Metuge. Contudo, conseguiram agora colocar estes elementos em fuga, deixando para trás um rasto de destruição e pilhagem.
"Quando os terroristas têm a nossa população em volta deles, também há uma forma melhor de criar condições para que não haja ataque", disse ainda o governador.
As autoridades moçambicanas estão a encontrar vários equipamentos e serviços públicos nas áreas ocupadas nas duas últimas semanas pelos terroristas destruídos e "sabotados", segundo Valige Tauabo, alguns dos quais já estavam em reabilitação face a ataques anteriores, tendo em conta a violência que se faz sentir na província desde 2017.
Nova onda de ataques
Depois de vários meses de relativa normalidade nos distritos afetados pela violência armada em Cabo Delgado, a província tem registado, há algumas semanas, novas movimentações e ataques de grupos rebeldes.
A atual nova vaga de ataques terroristas em Cabo Delgado provocou 99.313 deslocados em fevereiro, incluindo 61.492 crianças (62%), segundo uma estimativa divulgada esta semana pela Organização Internacional das Migrações (OIM).
O ministro da Defesa Nacional moçambicano, Cristóvão Chume, confirmou em 29 de fevereiro ataques de insurgentes em quatro distritos da província de Cabo Delgado, mas garantiu que não se trata "de um recrudescimento" das atividades terroristas no norte.
"O que aconteceu é que há grupos pequenos de terroristas que saíram dos seus quartéis, lá na zona de Namarussia - que temos dito que é a base deles -, foram mais a sul, atacaram algumas aldeias e criaram pânico", disse Cristóvão Chume.