Timor-Leste ao lado da Guiné-Bissau na estabilização
8 de julho de 2015A Guiné-Bissau, ainda considerado um Estado frágil, vai continuar a contar com a contribuição de Timor-Leste para a normalização e o aprofundamento da democracia.
A garantia é dada pelo ministro timorense dos Negócios Estrangeiros, Hernâni Coelho: "Apesar das nossas limitações, graças a Deus temos tido a benção de alguns recursos que Deus nos deu nos nossos mares, e utilizamos esses recursos para estender a mão, dar um pequeno apoio simbólico, mas que eu acho importante para mostrarmos que estamos ao lado dos nossos irmãos."
O chefe da diplomacia timorense deixou ainda uma promessa. "E estamos felizes porque, de facto, essa contribuição possibilitou a normalização da vida democrática no país. Estamos neste momento num processo de um desafio maior sobre a construção do Estado. Nós sinceramente esperamos que futuramente a Guiné-Bissau possa ter uma perspetiva melhor do que aquilo que tem tido nas últimas três décadas e Timor-Leste continuará, dentro das suas possibilidades, a estender a mão naquilo que é possível."
O apoio timorense já tinha sido assegurad, recorda Coelho: "Nós tínhamos tido um empenho nessa questão, desde 2013 quando eu tive a oportunidade de participar na primeira missão para o levantamento da situação na Guiné-Bissau, juntamente com o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas, José Ramos Horta, que resultou na preparação de uma proposta de cooperação entre Timor-Leste e a Guiné-Bissau."
Resultados da Cimeira de Bruxelas são aguardados
Depois da mesa redonda de doadores, realizada em Bruxelas em março deste ano, o país que detém a presidência rotativa da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), reafirma assim o seu compromisso.
O ministro dos Negócios Estrangeiros recorda: "Estivemos presentes na conferência e na mesa redonda em Bruxleas, e nesse âmbito comprometemo-nos a dar um pequeno apoio também que já foi materializado."
Agora Coelho espera pelos resultados do encontro. "E, de facto, esperamos que o compromisso que foi feito pelos países durante a conferência de Bruxelas possa vir a ser materializado o mais rapidamente possível para possibilitar as instituições do Estado da Guiné-Bissau implementar, de facto, os planos, os programas que foram definidos e que foram bem trabalhados durante os últimos meses depois da estabilização do país."
A situação de fragilidade da Guiné-Bissau também mobilizou a solidariedade da CPLP, que deverá analisar, na reunião ministerial deste mês, a evolução da situação no país depois das eleições democráticas de 2014.
Hernâni Coelho refere, por outro lado, que a adesão da Guiné Equatorial como o nono Estado membro trouxe uma nova dinâmica à vida da organização. "Estou ciente e certo que a integração ou adesão da Guiné Equatorial enriqueceu ainda mais a organização e trouxe uma nova visão, uma nova dinâmica em termos de desafios que a CPLP está neste momento a encarar para o futuro."
Presidência timorense faz balanço
Apesar da distância entre Timor-Leste e os restantes países membros, Hernâni Coelho considera positivo o primeiro mandato da presidência timorense da CPLP.
Em finais deste mês, a reunião ministerial em Díli faz um balanço deste primeiro ano, mas o mais importante, sublinha o ministro, "é sobre o nosso entendimento geral de encontrarmos uma visão geral sobre o futuro da nossa organização". Coelho disse mais: "Foi um trabalho intenso durante os últimos dez meses e estamos neste momento com o esboço dessa visão estratégica que deverá ser discutida em Timor-Leste. Esperamos que esse debate produza uma nova direção para a nossa organização, respondendo as realidades atuais da dinâmica política e global em que vivemos."
O chefe da diplomacia timorense sustenta que o segundo mandato da presidência da CPLP será de continuidade. O presidente em exercício do Conselho de Ministros da Comunidade lusófona esteve na última semana em Portugal para encontro preparatório com o seu homólogo português e visita à sede da organização em Lisboa.