Treze mortos em ataque em zona separatista do Senegal
7 de janeiro de 2018A Presidência do país confirmou em comunicado o ataque, que aconteceu no sábado (06.01), classificando-o como uma "inusitada barbárie".
"Este ato deliberado contra civis indefesos ocorre apenas uma semana depois do apelo solene do presidente da República (Macky Sall) a uma paz definitiva em Casamansa, sem vencedores nem vencidos", lê-se na nota de imprensa divulgada ontem (06.01) e que não aponta suspeitos.
"Elementos armados atacaram jovens que procuravam madeira numa floresta de Bayotte, nos arredores da comunidade de Boutoupa. Foram mortos 13 e dois conseguiram escapar", declarou à agência noticiosa France-Presse (AFP) fonte dos serviços de segurança em Ziguinchor, capital regional da Casamansa, ao confirmar a informação avançada em primeira mão pela agência noticiosa senegalesa (APS, oficial).
"Terão ultrapassado a zona tampão que separa as posições do exército senegalês e a dos combatentes do MFDC (Movimento das forças democráticas de Casamansa), a rebelião independentista armada”, indicou a APS, que não citou fontes.
Segundo a APS, outros nove jovens foram "gravemente feridos durante o ataque, quando Casamansa registava desde há vários anos uma acalmia".
Os corpos foram transportados para a morgue do hospital regional de Ziguinchor, para onde também foram enviados os feridos graves.
Ataque após libertação de combatentes do MFDC
Este ataque ocorreu um dia após a libertação de dois combatentes do MFDC, libertados pelo exército na sequência de uma mediação da comunidade de Sant 'Egidio de Roma entre o Estado senegalês e os combatentes do MFDC. Nos seus votos de ano novo no domingo, o chefe de Estado senegalês tinha emitido um apelo aos rebeldes de Casamansa para o prosseguimento de conversações na perspetiva de "uma paz definitiva".
A rebelião pela independência de Casamansa, que decorre desde 1982, provocou milhares de vítimas civis e militares, a ruína económica da região e motivou ainda milhares de deslocados e refugiados.