Trump apela para que não haja violência em novos protestos
14 de janeiro de 2021O líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, não descarta a possibilidade de votar a favor da destituição de Donald Trump. "Não tomei uma decisão final sobre o meu voto. Pretendo ouvir os argumentos jurídicos quando forem apresentados ao Senado", escreveu McConnell aos colegas republicanos numa nota tornada pública.
Trump é o primeiro Presidente a ser alvo de dois processos de destituição durante o mandato nos Estados Unidos. Em seu primeiro processo, o Presidente foi absolvido no Senado, de maioria republicana. Na ocasião, nenhum deputado de seu partido voltou por sua condenação. Dessa vez, 10 o fizeram. Posteriormente, no senado, um republicano endossou a acusação.
McConnell já tinha antecipado que não vai realizar uma sessão plenária antes do próximo dia 19 - véspera da posse do democrata Joe Biden como novo governante. Desta forma, Trump deve completar o seu mandato.
O debate jurídico em torno do tema é se o Congresso pode seguir com o impeachment após o Presidente deixar o cargo. Mais um debate de cunho político é se o grupo de senadores que romperam com Trump conseguirá formar a maioria para aprovar a sua destituição, que significaria perda do direito de se candidatar novamente.
Pedido de calma
Os Estados Unidos estão passando por uma tensão política sem precedentes, após o violento ataque ao Capitólio ocorrido na semana passada e realizado por uma multidão de simpatizantes de Trump.
Donald Trump pediu para que seus apoiantes não incorram em "violência" nem desobedeçam a lei nos próximos dias. Os serviços de inteligência informam que há possibilidade de novos protestos armados dias antes da posse do mandatário eleito, o democrata Joe Biden.
"Diante das informações sobre novas manifestações, insisto para que não haja nada de violência, ninguém desobedeça a lei e nenhum vandalismo de nenhum tipo", declarou Trump em comunicado divulgado pela Casa Branca.
"Isso não é o que eu defendo, e não é o que os Estados Unidos defendem. Peço para que todos os americanos ajudem a diminuir as tensões a acalmar os ânimos. Obrigado", acrescentou o republicano.
Trump enviou mensagens contraditórias sobre o ataque ao Capitólio: durante a invasão, os descreveu os responsáveis pelo protesto como "gente muito especial", mas, depois, tentou se distanciar e condenou a violência.
Na terça-feira, Trump evitou assumir qualquer tipo de responsabilidade pelo ocorrido e defendeu como "totalmente apropriado" o discurso feito antes da invasão ao Capitólio, no qual incentivou os seguidores a irem ao Congresso para protestar contra a certificação da vitória de Biden.