Trump assina dezenas de decretos e anula decisões de Biden
21 de janeiro de 2025Na vasta lista de ordens executivas que recebeu o aval de Donald Trump, destacam-se a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde (OMS), o indulto às cerca de 1500 pessoas envolvidas no ataque ao Capitólio de 6 de janeiro de 2021 e a aplicação de novas tarifas para o Canadá e México, já a partir de fevereiro.
No seu discurso de tomada de posse como Presidente dos Estados Unidos, esta segunda-feira (20.01), Donald Trump não se alongou muito sobre temas relacionados com a política externa, mas "prometeu impor "tarifas e impostos aos países estrangeiros".
É esperado que mais detalhes se sigam já na quinta-feira (23.01), aquando da sua intervenção, por videoconferência, no Fórum de Davos, que arrancou esta segunda-feira (20.01), na Suíça.
Aguardado discurso em Davos
Vários especialistas concordam que o regresso de Trump à Casa Branca deverá centrar todas as atenções deste encontro, que junta cerca de 60 chefes de Estado e de governo e 900 líderes de grandes empresas.
Borge Brende, presidente do Fórum de Davos, disse esta segunda-feira que a intervenção de Donald Trump "será um momento muito especial, na medida em que se poderá saber mais sobre as prioridades políticas da sua administração".
Brende acrescenta que o Fórum de Davos decorre no "cenário geopolítico mais complicado" das últimas gerações. "Se olharmos para a primeira administração de Trump, vemos que o comércio cresceu e o investimento aumentou. Mas agora o cenário mudou. Em breve, poderá haver mais tarifas e alterações nas cadeias de abastecimento", destaca.
Relações com China e Alemanha
Donald Trump tem afirmado repetidamente que irá impor tarifas de 10%-20% sobre todos os bens que entram nos EUA. No caso da China, estas tarifas poderiam chegar aos 60%.
Ontem, em reação à chegada de Trump ao poder, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim, Mao Ning, garantiu que o país está disposto a trabalhar com o novo governo dos EUA de forma a que esta "nova era" beneficie ambos.
"A China e os Estados Unidos beneficiarão com a cooperação e perderão com o confronto, que é o que a história do desenvolvimento das relações sino-americanas nos diz. Sempre acreditámos que uma relação sino-americana estável, saudável e sustentável é do interesse comum dos dois países e das expectativas da comunidade internacional", afirmou.
Outro dos países que sairá bastante prejudicado com o aumento das taxas nos Estados Unidos é a Alemanha. Sem se referir a esta medida em concreto, o chanceler alemão Olaf Scholz sublinhou ontem a importância das relações transatlânticas.
"Estas relações transatlânticas são da maior importância para nós. Os Estados Unidos são o país mais poderoso do mundo. São a democracia mais poderosa do mundo e são nossos aliados", destacou Scholz.