Turquia prepara-se para segunda volta das presidenciais
15 de maio de 2023O presidente da Comissão Eleitoral da Turquia, Ahmet Yener, disse hoje em Ancara que já foram contados 99,4% dos votos nacionais e 84% dos votos no estrangeiro. O conservadorRecep Tayyip Erdogan, de 69 anos, tem nesta altura 49,4% dos votos, enquanto o social-democrata Kemal Kilicdaroglu conta com 45% dos votos.
Os números ainda estão sujeitos a alterações, mas, se nenhum dos candidatos conseguir ultrapassar 50% dos votos, está aberto o caminho para a uma segunda volta, a 28 de maio.
"Se a nossa nação pedir uma segunda volta, aceitaremos com prazer. E com certeza venceremos essa segunda volta", disse Kemal Kiliçdaroglu esta madrugada, na capital turca, Ancara, rodeado por representantes da coligação de seis partidos da oposição que o apoiam.
Há 20 anos no poder na Turquia, Recep Tayyip Erdogan, habituado à maioria absoluta desde 2014, desta vez "não conseguiu obter o resultado que esperava, apesar de todos os insultos" proferidos contra os rivais, sublinhou Kiliçdaroglu.
Erdogan não afasta ainda vitória
Horas antes, Erdogan afirmou ter uma "clara vantagem" na corrida presidencial, não tendo afastado ainda a hipótese de obter a maioria absoluta na primeira volta.
"Embora os resultados não sejam ainda claros, lideramos a contagem com uma clara vantagem", disse o chefe de Estado turco, perante uma multidão de apoiantes em Ancara, acrescentando que graças ao voto no estrangeiro ainda tem a possibilidade de obter novamente a maioria absoluta.
Apesar disso, acrescentou que, se for necessário, está pronto para disputar uma segunda volta, afirmando: "Respeitamos este escrutínio e respeitaremos o resultado da próxima eleição".
"Não sabemos se isto vai acabar na primeira ou na segunda volta", disse o islamista Erdogan, no discurso proferido perante os apoiantes na capital turca.
O partido de Kiliçdaroglu, o CHP, acusou a agência estatal Anadolu de não fornecer dados fiáveis sobre a contagem dos votos e também disse que o partido de Erdogan, o AKP, estava a bloquear a contagem, contestando os votos nas zonas onde a oposição é mais forte.
O presidente da câmara de Ancara, o social-democrata Mansur Yavas, também afirmou que, quando se incluísse a contagem total das grandes cidades, o candidato da oposição teria a maioria absoluta para ganhar as presidenciais já na primeira volta.