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Zelensky acusa Putin de "ataque desumano" no dia de Natal

Lusa
25 de dezembro de 2024

O Presidente ucraniano acusou hoje o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, de realizar um ataque "desumano" no dia de Natal. Uma pessoa morreu, seis ficaram feridas e várias infraestruturas destruídas.

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Bombeiros debelam fogo depois de um ataque russo com drone em Dnipro
Rússia realiza ataque maciço escala contra a UcrâniaFoto: State Emergency Service of Ukraine/REUTERS

"Hoje Putin escolheu conscientemente o Natal para o seu ataque. O que pode ser mais desumano?", afirmou Volodymyr Zelensky no Telegram.

O Presidente ucraniano acrescenta que "mais de 50 mísseis" e vários drones foram abatidos, mas alguns ataques provocaram "cortes de eletricidade em várias regiões".

 Este "terror de Natal é a resposta de Putinàqueles que falaram de um ilusório 'cessar-fogo de Natal'" entre Kiev e Moscovo, referiu, por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Andrii Sybiha.

Vítimas humanas

O ataque causou a morte de, pelo menos, uma pessoa e deixou pelo menos seis feridos, segundo as autoridades.

Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia
Zelensky acusa Putin de ordenar um "ataque desumano" contra Ucrânia em pleno dia de NatalFoto: Remko de Waal /ANP/IMAGO

Um dos mísseis russos lançados durante o ataque atravessou o espaço aéreo da Moldova e da Roménia, disse o chefe da diplomacia ucraniana, acrescentando: este facto "recorda-nos que a Rússia não ameaça apenas a Ucrânia", sublinhou na rede social X.

A Roménia, membro da NATO, afirmou já que não detetou qualquer violação do seu espaço aéreo por um míssil russo apontado à Ucrânia, na sequência destas alegações de Kiev.

"O sistema de vigilância aérea, parte integrante do sistema da NATO, não detetou tal situação", refere um comunicado do Ministério da Defesa, indicando que "os dados não confirmam" que um míssil "tenha violado o espaço aéreo romeno".

Desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia tem bombardeado regularmente a rede elétrica do país vizinho, mergulhando centenas de milhares, se não milhões, de pessoas na escuridão e no frio, muitas vezes durante o inverno.

Ataque à instalações energéticas

O grupo DTEK, o principal fornecedor privado de energia do país, declarou na quarta-feira que as suas centrais térmicas tinham sido alvo deste novo ataque, tendo registado "danos graves" no seu equipamento.

"Este é já o 13.º ataque maciço ao sistema energético ucraniano este ano", declarou a DTEK num comunicado.

 "Privar de luz e calor milhões de pessoas pacíficas que celebram o Natal é um ato depravado e maléfico que deve ser combatido", disse o diretor executivo da DTEK, Maxim Timchenko, no X, apelando aos aliados de Kiev para que forneçam mais defesas aéreas.

 Na madrugada de quarta-feira foi acionado um alerta aéreo em toda a Ucrânia, enquanto a força aérea comunicava o lançamento de mísseis balísticos e de cruzeiro russos.

Os ataques desta quarta-feira ocorreram no dia em que a Ucrânia, pela segunda vez na sua história moderna, celebra o dia de Natal a 25 de dezembro, como no mundo ocidental, e já não em 07 de janeiro, como no calendário juliano seguido pela Igreja Ortodoxa Russa.

Esta mudança de data foi oficializada no verão de 2023 por uma lei promulgada pelo Presidente, Volodymyr Zelensky, em sinal de desafio à Rússia.

A "lista de desejos" de Zelensky