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Ucrânia: Zelensky pede "resposta firme" após ataque russo

Lusa
9 de abril de 2022

Bombardeamento à estação ferroviária de Kramatorsk deixou 52 mortos e cem feridos. Presidente ucraniano apela à responsabilização por "outro crime de guerra". UE pede prestação de contas após visita à Ucrânia.

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Ukraine Krieg | Nach dem Angriff auf den Bahnhof von Kramatorsk
Foto: Fadel Senna/AFP/Getty Images

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou a uma "resposta global firme" à Rússia após o ataque à estação ferroviária em Kramatorsk, no leste ucraniano, que provocou a morte a pelo menos 52 pessoas e deixou mais de uma centena de feridos.

"Este é outro crime de guerra russo pelo qual todos os envolvidos serão responsabilizados", disse Zelensky numa mensagem de vídeo, referindo-se ao ataque com mísseis à estação de comboios, esta sexta-feira (08.04), que matou pelo menos 52 pessoas, incluindo oito crianças, de acordo com as autoridades locais.

"As potências mundiais já condenaram o ataque da Rússia a Kramatorsk. Esperamos uma forte resposta global a este crime de guerra", afirmou Zelensky, citado pela AFP. 

O Presidente ucraniano precisou ainda que tal como  "nos massacres em Bucha, como em muitos outros crimes de guerra russos, o ataque com mísseis em Kramatorsk deve ser uma das acusações que devem ser levadas a tribunal".

Apesar de a estação estar localizada num território controlado pelo governo ucraniano, no Donbass, a Rússia acusou a Ucrânia da autoria do ataque, refere a Associated Press. Especialistas ocidentais rejeitaram contudo as afirmações do porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, de que as forças russas "não usam" o tipo de míssil que atingiu a estação de comboios.

Ukraine Krieg | Nach dem Angriff auf den Bahnhof von Kramatorsk
Foto: Fadel Senna/AFP/Getty Images

UE apela à prestação de contas

A União Europeia afirmou-se este sábado "profundamente consternada" com o ataque russo contra a estação de comboios da cidade de Kramatorsk e disse que os responsáveis por este "crime de guerra" devem "prestar contas".  

"Não deve haver impunidade para os crimes de guerra. A UE apoia medidas para garantir a prestação de contas pelas violações dos direitos humanos e do direito internacional humanitário", sublinhou em comunicado um porta-voz do Serviço Europeu de Ação Externa.

A UE condenou o "bombardeamento brutal e indiscriminado de civis inocentes, incluindo de muitas crianças" que fugiam do terror dos ataques russos nesta localidade na região de Donetsk.

O comunicado foi publicado depois de a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e do alto representante da UE para os Asuntos Externos, Josep Borrell, visitarem a Ucrânia e se deslocarem, entre outros locais, à cidade de Busha, onde a retirada das tropas russas permitiu descobrir, na semana passada, a matança de civis ucranianos, alguns manietados e com sinais de tortura.

"As atrocidades cometidas pelas forças russas em Busha, Borodyanka e outras cidades e povoações recentemente libertadas pelo exército ucraniano da ocupação russa e o brutal ataque à estação de comboios de Kramatorsk, fazem parte das deploráveis táticas de destruição do Kremlin", continuou o porta-voz. 

As autoridades encontraram já na região de Kiev, nas cidades de Bucha, Borodyanka e Irpin, mais de 400 corpos de pessoas assassinadas.

"As tentativas flagrantes de ocultar a responsabilidade da Rússia neste e noutros delitos, através da desinformação e da manipulação dos media, são inaceitáveis", apontou a UE.

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Kiev quer candidatar-se à UE em junho

Durante a visita à Ucrânia, Von der Leyen e Borrell reuniram-se também com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a quem prometeram que Bruxelas acelerará a análise do pedido de Kiev para entrar na UE e prometeram aumentar em 500 milhões de euros o Fundo Europeu de Apoio à Paz, para financiar o envio de armas para a Ucrânia. 

A vice-primeira-ministra da Integração Europeia e Euro-Atlântica da Ucrânia, Olga Stefanishina, disse ter esperança de que o país possa tornar-se candidato à adesão à União Europeia em junho.

"Esperamos que, na cimeira dos líderes da União Europeia em junho deste ano, a Ucrânia se torne candidata à adesão, e que esse processo abra novos horizontes políticos para nós, mas acima de tudo, horizontes financeiros", disse, segundo a agência de notícias Interfax.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu na sexta-feira ao Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a concretização de um relatório "em semanas" sobre a candidatura. "Este é um passo importante para chegar à UE", disse Von der Leyen a Zelensky quando lhe entregava o documento com as perguntas que terão de ser respondidas por Kiev, passo necessário para o início do processo.

A chefe do Executivo comunitário garantiu ao chefe de Estado ucraniano que a análise da candidatura por parte da Comissão "não vai ser, como sempre, uma questão de anos, mas antes de semanas".

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