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Ucrânia: Contraofensiva faz "avanços significativos"

DW (Deutsche Welle) | com agências
4 de outubro de 2022

A Ucrânia continua a reconquistar território ocupado pela Rússia. Autoridades pró-russas dizem que o Exército ucraniano está a tentar romper as suas defesas.

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Ukraine I Beschuss in der Nähe des Bahnhofs in Lyman
Foto: Yashuyoshi Chiba/AFP/Getty Images

As forças ucranianas continuam a reconquistar território na zona de Kherson, no sul da Ucrânia, enquanto o Presidente russo, Vladimir Putin, altera chefias militares no terreno, apontaram esta terça-feira (04.10) analistas de um grupo de reflexão norte-americano.

A análise é do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês) que diariamente divulga relatórios sobre a invasão russa em curso no território ucraniano.

As forças ucranianas estão a "obter ganhos substanciais" nos arredores de Lyman, a cidade recentemente reconquistada às forças russas, e a norte de Kherson, nas últimas 48 horas, de acordo com imagens geolocalizadas.

No relatório, pode ler-se que a contraofensiva ucraniana fez "avanços significativos", ao mesmo tempo que "a elite militar russa está a degradar-se" e a mostrar evidentes sinais de descoordenação, mostrando-se incapaz de travar as incursões das forças comandadas por Kiev.

Para os analistas, Putin está a imputar a responsabilidade exclusiva por estes fracassos militares russos às suas chefias no terreno, que tem vindo a substituir.

Ukraine Lyman
Tropas ucranianas em Lyman, cidade recentemente reconquistada às forças russasFoto: Oleksiy Biloshytskyi via REUTERS

Mais de 200 mil reservistas

Tanto Kiev, como Moscovo, afastam a possibilidade de negociações.

Na Rússia, a mobilização de reservistas continua. Segundo o ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu "até agora, mais de 200 mil pessoas chegaram às Forças Armadas". "Dei ordem para providenciar as roupas e equipamento necessário, e para destacar os militares", acrescentou.

Oficialmente, a mobilização ordenada pelo chefe de Estado Vladimir Putin deve recrutar 300 mil reservistas (com experiência militar ou competências consideradas úteis).

William Burns, diretor dos serviços secretos norte-americanos, fez um alerta, em entrevista à cadeia de televisão CBS: Quanto mais o Presidente russo é encostado à parede, mais perigoso se torna.

USA Washington | William Burns
"Um Putin encurralado pode ser bastante perigoso e impulsivo", William BurnsFoto: Tom Williams/AP/picture alliance

"Um Putin encurralado pode ser bastante perigoso e impulsivo. Acho que Putin continua a basear a sua estratégia em suposições erradas de que pode enfrentar os ucranianos, os Estados Unidos e o Ocidente."

Novo pacote de ajuda militar

O Presidente norte-americano, Joe Biden, informou hoje o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, da concessão de um novo pacote de ajuda militar de 625 milhões de dólares. De acordo com um comunicado da Casa Branca, Biden reiterou o apoio dos Estados Unidos da América (EUA) à defesa da Ucrânia contra a invasão russa pelo "tempo que for necessário".

A assistência dos EUA inclui sistemas de foguetes de artilharia de alta mobilidade (HIMARS), que têm longo alcance, assim como armamento, munições e veículos blindados.

O Presidente norte-americano também afirmou que o seu país está disposto a impor "custos severos" a qualquer indivíduo, entidade ou país que apoie os esforços da Rússia para anexar o território ucraniano.

Assembleia-Geral da ONU debate anexações

A Assembleia-Geral das Nações Unidas irá reunir-se na próxima segunda-feira (10.10) para discutir a anexação de territórios ucranianos pela Rússia, sendo esperada posteriormente a votação de uma resolução que condene a ação de Moscovo.

A reunião surge na sequência de um veto imposto pela Rússia numa resolução que foi a votos, na semana passada, no Conselho de Segurança da ONU e que condenava a anexação russa de quatro regiões do leste e do sul da Ucrânia.

A convocatória partiu oficialmente da Ucrânia e da Albânia, mas conta também com o claro impulso dos Estados Unidos, que já haviam anunciado a sua intenção de apelar à Assembleia-Geral depois do veto da Rússia, um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos, França, Rússia e Reino Unido).

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