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Rússia alerta para "perigo real" de uma III Guerra Mundial

Lusa | EFE | DW (Deutsche Welle)
26 de abril de 2022

Moscovo garante que deseja continuar as negociações de paz com a Ucrânia, alertando para o "perigo real" de o conflito degenerar na III Guerra Mundial. Secretário-geral da ONU vai ao Kremlin para encontro com Putin.

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Sergey Lavrov: "O perigo é sério, é real, não podemos subestimá-lo"Foto: Attila Kisbenedek/AFP/Getty Images

A Rússia afirmou, na segunda-feira (25.04), que deseja continuar as negociações de paz com a Ucrânia, alertando para o "perigo real" de o conflito se transformar na III Guerra Mundial, um dia após a visita dos secretários norte-americanos a Kiev.

No dia em que o exército russo anunciou ter atingido cerca de cem alvos na Ucrânia, incluindo instalações ferroviárias no centro do país, o chefe da diplomacia russa, Sergey Lavrov, acusou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de "fingir" para discutir com Moscovo.

"É um bom ator (...), se olhar com atenção e ler atentamente o que ele diz, encontrará mil contradições", afirmou Lavrov, citado pelas agências de notícias russas.

ONU alerta para os efeitos nefastos da guerra

"Mas, continuamos a conduzir negociações com a equipa [ucraniana] e esses contactos continuarão", disse.

"Perigo real"

No meio de tensões sem precedentes entre Moscovo e o Ocidente, devido à guerra na Ucrânia, Lavrov alertou para o risco de uma III Guerra Mundial. "O perigo é sério, é real, não podemos subestimá-lo", considerou.

Estas declarações foram feitas um dia depois da visita a Kiev do Secretário da Defesa, Lloyd Austin, e do Secretário de Estado, Antony Blinken, dos Estados Unidos, onde se reuniram com Zelensky. A visita foi a primeira de governantes norte-americanos depois do início do conflito, a 24 de fevereiro.

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Os dois altos responsáveis políticos norte-americanos disseram, numa reunião com Zelensky, que os EUA aprovaram 713 milhões de dólares em financiamento militar estrangeiro para a Ucrânia e 15 países aliados e parceiros.

Guterres à procura de paz

Entretanto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, visita esta terça-feira (26.04) Moscovo onde irá encontrar-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, e com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov.

Após a visita a Moscovo, Guterres irá ser recebido a 28 de abril em Kiev pelo chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Numa publicação na rede social Twitter a propósito destas deslocações, no sábado passado, António Guterres escreveu: "Precisamos de passos urgentes para salvar vidas, pôr fim ao sofrimento humano e trazer paz à Ucrânia".

A viagem de Guterres à Rússia acontece num momento em que o secretário-geral da ONU tem sido alvo de críticas pela sua alegada passividade em tomar medidas concretas para travar a guerra na Ucrânia.

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Complexo industrial de Azovstal, em MariupolFoto: Peter Kovalev/TASS/dpa/picture alliance

Retirada de civis em Mariupol

A Ucrânia instou o secretário-geral António Guterres a pressionar a Rússia para uma evacuação da cidade sitiada de Mariupol, no sul do país.

O chefe da ONU "deve concentrar-se principalmente numa questão, a evacuação de Mariupol", disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, numa entrevista à The Associated Press.

"Isto é realmente algo que a ONU é capaz de fazer. E se ele demonstrar vontade política, carácter, e integridade, espero que isso nos permita dar um passo em frente", disse.

As forças russas cercaram combatentes no último bastião ucraniano na no complexo industrial de Azovstal, mas estima-se que 100.000 civis estejam também presos na cidade.

A Rússia anunciou ontem um cessar-fogo sobre Mariupol para permitir a retirada de civis de Azovstal, mas as autoridades ucranianas anunciaram que a medida falhou. Moscovo, por seu turno, acusou Kiev de impedir a operação de retirada.

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