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SaúdeUganda

Uganda corre contra o tempo para evitar epidemia de ébola

Martina Schwikowski | bd
29 de setembro de 2022

No Uganda, foram ativados planos de emergência nacional para responder ao surto de ébola. A decisão foi tomada após a confirmação da morte de um paciente. Evitar uma nova epidemia no país é agora o pincipal objetivo.

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Foto: BADRU KATUMBA/AFP via Getty Images

O Ministério da Saúde do Uganda afirmou na sua última avaliação que há 36 casos de ébola, 23 mortes e mais de 35 pessoas estão no hospital.

O médico Innocent Nkonwa disse à DW que a situação é complicada porque as cadeias exatas de infeção e a origem do atual surto de ébola ainda não são clara.

Mas Nkonwa, que já tratou doentes com ébola há dez anos, em Luweero, a leste, tem um palpite: "Um dos maiores desafios é que vivemos com morcegos todos os dias. Tivemos algumas epidemias até agora onde não conseguimos encontrar a interface entre o caso e o local onde foram infetados."

A doença foi detetada pela primeira vez em Mubende, no centro do Uganda, onde um jovem morreu a 20 de setembro como resultado de uma infeção com o vírus.

Desde então, tem vindo a decorrer uma corrida contra o tempo e as autoridades estão a procurar intensamente contactos para evitar uma maior propagação do vírus altamente contagioso.

Ministério da Saúde em alerta

O distrito de Mubende e a cidade do mesmo nome estão localizados a cerca de 130 quilómetros a oeste de Kampala, numa estrada nacional em direção à República Democrática do Congo (RDC), que registou o último surto de ébola em agosto. Ainda não são conhecidos casos na capital ugandesa, Kampala.

O Congo volta a lutar contra o pesadelo do Ébola

Diana Atwine, secretária permanente do Ministério da Saúde, vê no entanto o perigo de que a atual onda de infeções possa voltar a transformar-se numa epidemia. O ministério está em alerta: "As nossas equipas estão no terreno a trabalhar com as equipas distritais de resposta rápida para explorar a possível fonte do vírus Ébola, e estamos a isolar todos os contactos."

A Organização Mundial de Saúde (OMS) está a planear novas medidas para reforçar as equipas médicas de emergência nas várias regiões de África.

Sobre a estratégia de resposta a crises sanitárias, Fiona Braka, chefe das operações de emergência da OMS em África, afirma que "os países devem ter uma capacidade de resposta rápida e eficaz, o que inclui pessoal, fornecimentos e estruturas de coordenação".

Exercícios de simulação cruciais

Os sistemas de saúde em muitos países africanos continuam sobrecarregados por múltiplos surtos de doenças.

A OMS salienta que os exercícios de simulação são cruciais para testar a prontidão e capacidade das equipas médicas de emergência em toda a África.

"Uma vez que cada país tenha as suas equipas de resposta a emergências, treinadas, equipadas e preparadas para responder a emergências, isso ajudar-nos-á a ser mais eficazes e a reduzir as mortes", diz Fiona Braka.

A pior epidemia de ébola até à data ocorreu na África Ocidental, entre 2014 e 2016. Nessa altura, mais de 11.300 pessoas morreram devido à febre hemorrágica altamente contagiosa.

Saúde em África: Como se pode proteger do ébola