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Um ano de Akufo-Addo: avanços e percalços para o Gana

Jan-Philipp Wilhelm | Thiago Melo
7 de dezembro de 2017

Eleito em dezembro de 2016, o Presidente tenta cumprir promessas num momento de desafio económico. "Após oito anos na oposição, Akufo-Addo percebeu que governar não é tão fácil quanto pensava", diz analista.

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Nana Akufo-Addo em tomada de posse na Presidência do Gana a 7 de janeiroFoto: picture-alliance/AP Photo

O Presidente do Gana, Nana Akufo-Addo, completa um ano no poder. O chefe de Estado ganhou as eleições em dezembro de 2016, com mais de 50% dos votos. Depois de ter sido candidato outras duas vezes, a vitória de Akufo-Addo foi garantida, em grande parte, devido às suas numerosas promessas de campanha.

Entre as compromissos assumidos, Akufo-Addo garantiu desenvolver a indústria em todos os distritos do país, oferecer educação secundária gratuita, fazer mais investimentos no exterior e combater a corrupção.

Um ano de Akufo-Addo: avanços e percalços para o Gana

Os eleitores esperavam por mudanças reais. A crise financeira havia desacelerado o crescimento do Gana para apenas 3,6% ao ano. As taxas de inflação e de desemprego estavam a aumentar e cada vez mais jovens deixavam o país em busca de oportunidades no exterior.

Embora o Gana tenha impressionado a comunidade internacional com a quarta transição pacífica de poder, o país pouco viu avançar mudanças concretas durante este ano do novo Governo. Akufo-Addo levou seis meses apenas para constituir o próprio gabinete.

Para Burkhardt Hellemann, diretor do escritório da fundação alemã Konrad Adenauer, na capital do Gana, o avanço lento das mudanças no país não é uma surpresa. "Acho que o Governo começou com muita força e boa vontade, mas depois de oito anos na oposição, o novo Presidente percebeu que governar não é tão fácil quanto pensava", diz.

Promessa cumpridas, mas com percalços

O Governo tem trabalhado para cumprir com as promessas feitas durante a campanha. A educação em escolas secundárias, por exemplo, passou a ser gratuita em setembro deste ano.

Afrika Ghanas President Nana Akufo-Addo
Nana Akufo-Addo assumiu o poder no Gana em dezembro de 2016Foto: picture-alliance/AP Photo/Sunday Alamba File

Uma nova função de procurador especial foi criada para reprimir a corrupção no país e os ambiciosos projetos de construção de barragens e fábricas também estão em andamento, de acordo com o Executivo.

Entretanto, a implementação real de vários projetos foi afetada por alguns contratempos. As escolas não estavam preparadas para o grande número de estudantes, por isso, faltaram materiais didáticos, professores qualificados, bem como itens essenciais, como mesas e cadeiras.

Além disso, observadores apontam que ainda não está claro o tipo de autoridade que o novo promotor anticorrupção deve ter. Apesar de ter sido criada, a pasta ainda não foi preenchida. O financiamento dos projetos de infraestrutura também não foi finalizado.

Ajustes económicos são necessários

Segundo Burkhardt Hellemann, o Governo do Gana deve centrar-se, principalmente, no ajuste da economia para os próximos anos.

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John Dramani Mahama, ex-Presidente do GanaFoto: Getty Images/AFP/Seyllou

"Penso que Akufo-Addo queria mostrar ainda este ano que realmente está disposto a implementar o que prometeu, mas ainda há muito a ser feito em termos de ajustes económicos, bem como o financiamento do orçamento do Estado. Por enquanto tem sido suficiente, mas a longo prazo deverá ser esclarecido", explica.

O Presidente Akufo-Addo assumiu uma dívida de seu antecessor, John Dramani Mahama, o que poderia deixar uma sombra sobre seu mandato. O Governo tem tentado gerar mais receita tributária ao promover um maior crescimento económico, o que deve resultar em mais investimentos privados do exterior.

No entanto, os investidores estrangeiros ainda estão reservados. Hellemann acredita que o Gana precisa desenvolver um conceito de negócios coerente para atrair empresas internacionais. "No momento, infelizmente, não parece que o Governo ganês esteja esforçando-se para isso", conclui Burkhardt Hellemann, da fundação alemã Konrad Adenauer em Acra.

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Thiago Melo da Silva
Thiago Melo Jornalista da DW África em Bona
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