"Uma vacina não acabará com a pandemia", diz chefe da OMS
17 de novembro de 2020O Governo da França declarou nesta terça-feira (17.11) que deve iniciar uma campanha nacional de vacinação contra Covid-19 em janeiro, quando espera que as vacinas contra o vírus sejam aprovadas e estejam disponíveis. Mesmo assim, as autoridades estão preocupadas que milhões de franceses recusem as vacinas contra o coronavírus.
Na Bélgica, o Governo disse que pretende disponibilizar gratuitamente qualquer vacina contra o coronavírus. "O objetivo é vacinar pelo menos 70% da população", declarou o Ministro da Saúde Frank Vandenbroucke numa conferência sobre saúde.
A empresa americana de biotecnologia Moderna constatou na segunda-feira 94,5% de eficácia num ensaio clínico de vacinas com mais de 30 mil participantes. Na semana passada, a empresa Pfizer e sua parceira alemã BioNTech também disseram que a sua vacina era 90% eficaz.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 42 "vacinas candidatas" estão atualmente a ser submetidas a ensaios clínicos. O chefe da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, advertiu que uma "vacina por si só não acabará com a pandemia".
Ghebreyesus acrescentou que o fornecimento será inicialmente limitado aos profissionais de saúde e outras populações vulneráveis - o que poderá oferecer uma grande ajuda aos sistemas hospitalares, mas "ainda deixará o vírus com muito espaço de manobra", disse ele.
Europa em plena segunda onda
Lojas estão fechadas e muitas pessoas passaram a trabalhar à distância a partir desta terça-feira, após o recolher obrigatório determinado pelas autoridades na Áustria. O país entrou numa nova fase de lockdown devido ao coronavírus, que durará até 6 de dezembro.
O governo anunciou as novas medidas no sábado para evitar uma sobrecarga nas hospitais e unidades de cuidados intensivos. A taxa de infecção de sete dias por 100 mil pessoas tem vindo a cair ligeiramente desde um recorde de 564 infeções na sexta-feira
A Europa está a ser duramente atingida pela pandemia, o que exige dos governos medidas restritivas. No Reino Unido, o primeiro-ministro sobrevivente da Covid-19, Boris Johnson, decidiu isolar-se por precaução na segunda-feira, depois de ter entrado em contato com um deputado que mais tarde testou positivo para o vírus.
A Suécia, que chamou a atenção para uma abordagem mais suave no combate ao vírus, decidiu, na segunda-feira, proibir, pela primeira vez, as reuniões de mais de oito pessoas. Na Alemanha, que começou uma nova ronda de encerramentos no início do mês, estabelecimentos de ensino e lojas estarão fechadas a partir desta terça-feira até 6 de dezembro.
Globalmente, as infeções aproximaram-se dos 55 milhões com mais de 1,3 milhões de mortes, e os especialistas advertem que ainda há meses difíceis e perigosos pela frente.